Rio de Janeiro

"Fora, Bolsonaro"

Partidos, movimentos e sindicatos se unem por "superpedido" de impeachment no RJ

Manifesto coletivo é assinado por 12 partidos, além dos movimentos sociais que compõem o Comitê Fora Bolsonaro no Rio

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Representantes do Comitê Fora Bolsonaro do Rio de Janeiro se manifestam na escadaria da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) - Eduardo Miranda/ Brasil de Fato

Como parte das mobilizações nacionais de partidos políticos, movimentos sociais e sindicatos que culminaram na elaboração de um “superpedido” de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o Comitê Fora Bolsonaro do Rio de Janeiro realizou uma coletiva de imprensa no início da tarde desta quarta-feira (30), na escadaria da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). 

Leia também: Cresce pressão contra Bolsonaro e ampla aliança apresenta superpedido de impeachment

O evento teve como objetivo apresentar apoio, através de um manifesto, ao “superpedido” protocolado também na tarde desta quarta-feira (30), em Brasília (DF). Ainda teve a intenção de convocar a população para a manifestação que acontece no próximo sábado (3), a partir das 10h, no Monumento Zumbi dos Palmares, no centro da capital. 

O manifesto, entregue à imprensa, é assinado por 12 partidos, além dos movimentos sociais que compõem o Comitê Fora Bolsonaro do Rio. Entre os partidos estão nomes que em raras situações aparecem lado a lado, como o PT, o PcdoB, o Psol, o UP, o PSB, o PDT, o PSTU, o PV, o Cidadania, a Consulta Popular e o Avante. 

Já entre os movimentos sociais figuram a Frente Brasil Popular, a Frente Povo Sem Medo, o Fórum por Direitos e Liberdades Democráticas, o Movimento Acredito, o Comitê em Defesa da Vida, a Frente pela vida, a Coalizão Negra por Direitos, o Comitê de Luta Contra as Privatizações, a CTB, a CSP Conlutas e a CUT.

Ampliação da unidade

Para Tiago Santana, presidente do PT no município do Rio, o ato e a assinatura conjunta do manifesto são demonstrações de uma ampliação de unidade política em torno do “Fora, Bolsonaro”.

“Integram hoje o manifesto partidos que antes não estavam com a gente, como o Cidadania, o PSB, a Rede. Isso é uma demonstração de que o movimento não se restringe a uma provocação ou disputa entre a esquerda contra Bolsonaro, é um movimento que tem ganhado musculatura das forças políticas para além da esquerda. Isso demonstra a gravidade do quadro e uma unidade tática, mesmo que no dia seguinte a gente esteja disputando eleição. Demonstra a ameaça que Bolsonaro representa para a democracia”, afirmou ao Brasil de Fato

O texto chama atenção para  o fato de que o governo federal vive um de seus momentos mais difíceis em meio a uma crise multifacetada: sanitária, econômica, política e ambiental.

“A crise política é evidente no maior índice de reprovação do governo desde que foi eleito. São diversos os pedidos de impeachment protocolados no Congresso, para além das diversas investigações em curso no Ministério Público, no STF e no Congresso. Somam-se a isso as graves denúncias trazidas pela CPI em relação a compra da vacina Covaxin. O governo perde parte de seu apoio popular e crescem as manifestações da oposição”, diz trecho do manifesto.

Segundo Isabel Lessa, presidente do Psol carioca, demonstrar unidade de forças no Rio nesse momento crítico do governo Bolsonaro tem significado singular.

“O Rio é um polo importante de articulação do projeto bolsonarista, aqui é onde os setores conservadores se alinharam e impulsionaram o Bolsonaro. E é um estado que tem uma população submetida à fome, à bala e à covid. Por isso, estamos construindo a mais ampla unidade possível, porque precisamos derrotar Bolsonaro agora”, explicou ao Brasil de Fato.

O ex-ministro da Igualdade Racial, Edson Santos (PSB), que também esteve no ato, complementou que quanto mais ampla for essa frente, mais eficaz pode ser na luta pelo impeachment.

“O governo Bolsonaro é incompatível com o Brasil, por isso estamos nos mobilizando aqui hoje. Mas o importante mesmo é a mobilização nas ruas, que repercute e que empurra o Congresso e os partidos a tomarem as decisões que levem à solução do problema”, concluiu.

Edição: Jaqueline Deister