PANDEMIA

Moradores de Paquetá (RJ) criticam Eduardo Paes por "carnaval fora de época"

Representante de associação disse que prefeito do Rio "está colocando carro na frente dos bois"

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Segundo a Prefeitura do Rio, 52% da população acima de 18 anos tomou a primeira dose e 30%, a segunda dose até o fim de maio - Alexandre Macieira/ Riotur

O anúncio feito pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), de um "carnaval fora de época" em setembro na Ilha de Paquetá para testar a eficácia da imunização no bairro vem gerando repercussão negativa entre os moradores. A ideia é realizar uma festa sem o uso de máscara e sem distanciamento social.

Continua após publicidade

Em entrevista ao portal Metrópoles, o diretor-geral da Associação de Moradores da Ilha de Paquetá (Morena), Guto Pires, disse que o prefeito do Rio está "colocando o carro na frente dos bois". Para o representante, o evento-teste só deveria ser discutido depois de passado um período após a vacinação de todos com a segunda dose.

“Falar em carnaval fora de época é duplamente fora de época, ainda mais na fase em que estamos da pesquisa. É uma bobagem isso. É preciso passar as etapas de coleta, de vacinação e da segunda dose. Depois do prazo de segunda dose, podemos discutir evento-teste. É preciso respeitar o tempo de maturação da pesquisa. Ele [o prefeito Eduardo Paes] está colocando o carro na frente dos bois”, disse Pires ao site.

Leia mais: Prefeitura do Rio pretende fazer "carnaval fora de época" em Paquetá

Segundo a prefeitura, Paquetá tem uma população de 4.180 pessoas, das quais 3.530 são maiores de 18 anos cadastradas no sistema de saúde da família. Entre elas, 52% tomou a primeira dose e 30%, a segunda dose até o fim de maio.

Teste

Como o Brasil de Fato noticiou na última terça-feira (15), o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, disse que o evento só será possível se toda a população estiver vacinada.

“Tudo vai depender dos estudos e da cobertura vacinal. Queremos fazer o teste com 100% das pessoas imunizadas, em um evento controlado, que só irá ocorrer 14 dias após a segunda dose e quando não tiver circulação do vírus na Ilha”, afirmou. 

Leia também: Racismo no Leblon: jovem branco demitido é filho da dona da loja onde trabalhava

O projeto faz parte de um estudo, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), para que toda a população de Paquetá seja imunizada, independente do calendário normal de vacinação no município. A prefeitura, no entanto, não esclareceu como fará o controle de acesso na ilha no dia do evento.

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Eduardo Miranda