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Machismo na linguagem cotidiana é tema do Programa Bem Viver

Linguagem inclusiva dá alternativa para que discursos respeitem a diversidade e contemple transexuais e travestis

Ouça o áudio:

Gabriela Augusto, fundadora da Transcendemos Consultoria, orienta empresas a adotarem posturas mais inclusivas - Transcendemos
Quando empresa publica: ‘procuramos engenheiro de software’ parece que essa mensagem é para homens

A língua portuguesa carrega ainda traços bastante machistas, por exemplo, ao não possuir um gênero neutro e utilizar o masculino para se referir a um grupo mesmo que majoritariamente formado por mulheres. A edição de hoje (8) do Programa Bem Viver debate esse assunto e mostra alternativas para tornar a linguagem mais inclusiva, de forma a respeitar a diversidade e contemplar grupos invisibilizada no discurso, como transexuais, travestis e pessoas não-binárias.

“A linguagem inclusiva pode ser definida como um conjunto de boas praticas para transmitir ideias ou informações sem que ninguém se sinta excluído, invisibilizado ou ofendido”, diz Gabriela Augusto, fundadora da Transcendemos Consultoria. “E porque falar em linguagem inclusiva? Se temos 300 pessoas em um auditório e 299 são mulheres e apenas um é homem, automaticamente vamos começara se referir a essa multidão no masculino. É razoável colocar o masculino sempre em primeiro lugar?”.

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Uma das dicas para adotar uma linguagem menos sexistas é escolher termos que contemplem todo um grupo em vez de apenas algumas pessoas. O debate marca o Mês do Orgulho LGBTQI+, celebrado em junho.

“Em vez de usar ‘bem-vindo’, pode-se dizer ‘que bom que você veio!’. Em vez de ‘diretores’ ou ‘diretoras’ poderíamos falar de ‘a diretoria’. São formas simples de remover marcadores de gênero da linguagem”, diz Gabriela. “E por que isso é importante? Quando uma empresa vai publicar vaga de emprego, muitas vezes ela coloca: ‘procuramos engenheiro de software’. Isso já dá um viés para o processo seletivo, parece que essa mensagem é direcionada para homens. A empresa poderia colocar ‘procuramos pessoa formada em Engenharia de Software’”.

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Acolhida para adolescentes

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) tem mantido uma iniciativa online para acolher adolescentes e jovens de 13 a 24 anos que estão enfrentando problemas relacionados à saúde mental durante a pandemia do novo coronavírus, como crises de ansiedade, depressão e pânico. O projeto Pode Falar oferece escuta qualificada com profissionais, de forma gratuita e anônima, de segunda a sexta-feira, pelo site da iniciativa.

Só nos três primeiros meses, o projeto já atendeu 21 mil jovens. Deles, 79% eram do sexo feminino e com idades entre 13 e 19 anos. “Essa ideia surgiu para dar um ombro amigo, uma escuta, enquanto eles estivessem em casa por conta do isolamento social e fora da escola, que é um espaço de interação e construção de vínculo”, diz a oficial do Programa de Cidadania dos Adolescentes no Brasil do Unicef, Joana Fontoura.

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Para utilizar o serviço basta acessar o site do projeto. Profissionais se revezam de segunda a sexta-feira em diferentes horários. Os jovens têm acesso a materiais sobre saúde mental, podem fazer testes para avaliar seu nível de ansiedade e ainda conhecer a história de outros jovens que também tinham problemas relacionados à saúde mental e conseguiram controlá-los.

Uma enquete feita pelo Unicef em setembro de 2020 mostrou que 80% dos adolescentes de 15 a 19 anos tiveram sentimentos negativos durante a pandemia, como ansiedade, preocupação e depressão. Ao todo, 41% não recorreram a ninguém em busca de ajuda.

Máscaras de proteção

Você sabe como escolher as máscaras mais seguras para quando precisar sair durante a pandemia? Um estudo feito pelo Instituto de Física da Universidade de São Paulo avaliou a eficiência da filtragem de 227 modelos de máscaras vendidos em farmácias e lojas de comércio popular.

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Segundo o estudo, a capacidade das máscaras de tecido para filtrar partículas com o tamanho do novo coronavírus varia entre 15% e 70%. As mais eficazes são as máscaras do tipo PFF2 e N95, com proteção que varia de 90% a 98%. Já os produtos feitos de TNT, comercializados em farmácias, têm eficiência de 80% a 90%.

Por isso as mais indicadas são as máscaras PFF2, segundo a nomenclatura brasileira. Elas variam muito de preço, mas algumas podem ser adquiridas por até R$ 2. Perfis nas redes sociais e sites indicam os melhores modelos e onde comprá-los a preços justos, como o site pffparatodos.com, os perfis no Instagram @qualmascara e @estoquepff e a conta no Twitter @PFFparaTodos.

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Para fazer o uso correto da máscara PFF2 é necessário apenas ajustar bem o clipe de metal no nariz e assoprar para verificar se o ar está passando pelas laterais ou por cima. Máscaras com válvulas não são recomendadas. Após o uso, o ideal é deixar a máscara descansando por três dias. O indicado é descartá-la quando estiver envelhecida e nunca lavar ou passar água ou álcool.

Edição: Sarah Fernandes