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TRANSPORTE

Com dívida de R$ 1,2 bi, Supervia entra com pedido de recuperação judicial

Concessionária, que anunciou reajuste da passagem, alega que perdeu metade dos passageiros na pandemia

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Trem Supervia
Concessionária opera na capital fluminense e em mais 11 municípios do estado do Rio - André Gomes de Melo/GERJ

A Supervia informou nesta terça-feira (8) que entrou com pedido de recuperação judicial no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). Se o pedido for aceito, a concessionária que opera os trens na capital fluminense e em mais 11 municípios poderá negociar o pagamento de dívidas que somam R$ 1,2 bilhão.

Em comunicado, a Supervia afirma que não recebe nenhum tipo de recurso financeiro por parte do poder público estadual e que se mantém com a venda de passagens de trem. A empresa informou que desde março de 2020 acumula perdas de mais de R$ 474 milhões e que a pandemia da covid-19 reduziu de 600 mil para 300 mil o número de passageiros diários.

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A empresa, que espera recuperar o fluxo total de passageiros apenas em 2023, obteve no dia 13 de abril o direito de receber R$ 216 milhões, valor correspondente à complementação dos custos mínimos para garantir a manutenção da operação durante a pandemia. Segundo a Agência Reguladora de Transportes (Agetransp), a responsabilidade pelo pagamento é do governo do estado do Rio.

No dia 1º de junho, a Supervia, com a autorização da Agetransp, informou à população que a tarifa de trem passará de R$ 4,70 para R$ 5,90 a partir de 1º de julho. O reajuste representa um aumento de gastos de R$ 48 para quem precisa utilizar apenas o trem como transporte em uma viagem de ida e volta de segunda a sexta. Para o trabalhador e a trabalhadora que usa a malha ferroviária de segunda a sexta, duas vezes ao dia, o gasto de R$ 236 representa quase 25% do salário mínimo de R$ 1.045.

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A SuperVia opera o serviço de trens urbanos no Rio de Janeiro e em mais onze municípios da Região Metropolitana, que incluem Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Nilópolis, Mesquita, Queimados, São João de Meriti, Belford Roxo, Japeri, Magé, Paracambi e Guapimirim, através de uma malha ferroviária de 270 quilômetros, dividida em cinco ramais, três extensões e 104 estações.

Edição: Eduardo Miranda