Rio de Janeiro

SOB AMEAÇAS

Vereadora trans de Niterói, Benny Briolly volta ao Brasil sem garantia de proteção

Parlamentar foi incluída no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos porém medidas não estão asseguradas

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
A primeira parlamentar trans eleita na cidade ficou fora do Brasil por cerca de duas semanas - Reprodução/ Facebook

Desde a última sexta-feira (28), Benny Briolly (Psol), vereadora de Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, voltou ao país após ter sofrido ameaças de morte. A primeira parlamentar trans eleita na cidade ficou fora do Brasil por cerca de duas semanas.

Segundo a assessoria da vereadora, a medida foi necessária para garantir sua proteção, diante da “omissão do Estado brasileiro em garantir sua segurança”.

Leia mais: Benny Briolly, primeira vereadora trans de Niterói (RJ), sai do país após ameaças

Durante o período em que esteve fora, a vereadora conseguiu ser incluída no Programa de Proteção aos Defensores e Defensoras dos Direitos Humanos (PPDDH), ligado ao Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. No entanto, quando a vereadora viajava de volta ao Brasil, sua equipe recebeu a notícia de que as medidas de proteção não estariam mais asseguradas. 

Segundo a assessoria da parlamentar, a polícia e a própria Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro se negaram a atender a requisição da equipe técnica do PPDDH.

“Importante ressaltar que as medidas de segurança não erradicam a violência política que Benny e outras parlamentares vêm sofrendo. Sim, não é um evento isolado. Tem sido recorrente contra parlamentares negras e travestis. O Brasil é o país que mais mata pessoas trans. O Estado brasileiro está ciente que a vida da parlamentar está em risco. Seguiremos na luta pela segurança de Benny e de todas as lutadoras que ousam incomodar esse sistema”, diz nota divulgada à imprensa.

Leia mais: Candidata a vereadora pelo Psol em Niterói (RJ) é ameaçada de morte em rede social

De acordo com pesquisa feita pelo Instituto Marielle Franco, 28 mulheres trans eleitas no Brasil relatam terem sofrido algum tipo de violência durante o exercício do mandato, a maioria de partidos de esquerda. Do total, 22,8% disseram ter sofrido ameaças pelo fato de serem trans, sendo 46,5% dessas ameaças partiram de indivíduos ou grupos não identificados.

Edição: Mariana Pitasse