Rio de Janeiro

EDUCAÇÃO

Prefeitura do Rio vai cortar cartão alimentação de alunos da rede municipal

Em reação, vereador Reimont (PT) argumenta que prefeitura precisa remanejar recursos para manter benefício na pandemia

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Ferreirinha Câmara
Secretário municipal de Educação ouviu da comissão na Câmara que vereadores não são favoráveis ao corte proposto pela Prefeitura do Rio - Divulgação

O secretário municipal de Educação do Rio, Renan Ferreirinha, esteve na última quinta-feira (28) na Câmara dos Vereadores e anunciou que a Prefeitura cortará o Cartão Alimentação dado a alunos da rede municipal de ensino. O benefício, no valor de R$ 54, passou a ser fornecido quando as escolas suspenderam as aulas presenciais em função da pandemia da covid-19.

A Prefeitura alega que mais de 1.400 unidades escolares já retornaram às aulas presenciais, o que corresponde a 92% da rede municipal na capital. Ferreirinha afirmou aos vereadores que o Cartão Alimentação custaria R$ 420 milhões caso fosse pago até o fim do ano. E que o fornecimento de merenda escolar tem custo médio de R$ 190 milhões.

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A proposta apresentada na Câmara é pagar 50% do benefício em junho e extinguir o Cartão Alimentação em julho. O valor integral continuaria sendo pago para alunos de escolas fechadas ou que estão em grupos de risco e ainda não podem frequentar aulas presenciais.

“Estamos vivendo uma realidade completamente defasada. O orçamento aprovado para 2021 contempla R$ 950 milhões para custeio. Atualmente, esse valor de custeio da Secretaria Municipal de Educação está em 1,5 bilhões”, relatou o secretário durante a reunião.

Reação

O vereador Reimont (PT), que participou da reunião com o secretário, disse que a medida é absurda e vê o corte com muita preocupação. Ele afirmou que muitos alunos e pais não estão seguros para o retorno às aulas presenciais. Reimont argumentou que é favorável à abertura das escolas apenas quando houver segurança para a vida de alunos e profissionais da educação.

"No meu entendimento, se a prefeitura não consegue pagar, precisa haver remanejamento de recursos para garantir a alimentação dos nossos alunos, isso deve ser prioridade. Deixei claro que não tenho acordo com essa proposta e que a prefeitura precisa dar conta da alimentação dos estudantes", disse o petista.

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O presidente da Comissão de Educação na Câmara, vereador Marcio Santos (PTB), ressaltou que os parlamentares não são favoráveis ao corte e finalizou a reunião pedindo ao secretário que qualquer decisão que venha a ser tomada leve em consideração as críticas colocadas na reunião. 

"O que nós vimos hoje é que a maior parte aqui é contra esse entendimento. Converse antes com a Comissão para gente buscar uma solução para essa problemática”, recomendou o presidente da comissão na Casa.

Edição: Eduardo Miranda