Rio de Janeiro

VIOLÊNCIA DO ESTADO

"Fomos abordados de forma truculenta pela polícia", afirma vereadora Tainá de Paula

Interceptação de carro da parlamentar carioca ocorreu a menos de um quilômetro do local onde Marielle foi executada

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Tainá de Paula
Vereadora petista disse que debate sobre segurança pública precisa ser priorizado pelos partidos de esquerda - Divulgação

A vereadora Tainá de Paula (PT) detalhou na tarde desta sexta-feira (28), em reposta ao Brasil de Fato, a abordagem policial que sofreu na noite da última quinta-feira (27), quando seu carro passava pela Rua Dr. Satamini, na Tijuca, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro. A denúncia havia se tornado pública após a parlamentar postar um relato nas redes sociais logo após o ocorrido.

"Infelizmente, eu, uma parlamentar da cidade do Rio de Janeiro, e mais três assessores fomos interceptados em uma rua de grande circulação aqui da Tijuca por volta das 22h com uma abordagem muito truculenta, de policiais com armas em punho e em riste, pedindo que saíssemos do carro, sem nenhum protocolo de segurança, nenhuma metodologia de abordagem policial", afirmou

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Tainá disse que a abordagem não é diferente da que é praticada diariamente pela Polícia Militar na cidade. Ela ressaltou que as estatísticas de violência institucional no Rio reverberam em território nacional. A vereadora ainda informou que vai protocolar um pedido de explicações ao Secretariado da Polícia Militar e vai aguardar manifestações sobre outros protocolos e condutas que acontecem na capital.

"Vivemos em um contexto de muita violência. Estamos ainda questionando os motivos da chacina do Jacarezinho, estamos questionando os motivos da execução sumária de Marielle Franco. É importante dizer que a gente faz o mesmo trajeto que Marielle fez, fomos seguidos no mesmo contexto de cidade", lembrou a vereadora do Partido dos Trabalhadores.

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A parlamentar concluiu afirmando que "algum limite precisa se impor a esse tipo de abordagem, para esse tipo de operação, para esse tipo de violência pública não só em relação a mulheres negras parlamentares, mas a toda a população do Rio de Janeiro". Ela defendeu que o debate da segurança pública seja uma pauta das frentes progressistas no Poder Legislativo municipal e estadual.

"Já passou da hora de tomarmos as rédeas do debate público na sociedade sobre que tipo de modelo de cidade e de segurança pública nós queremos para os nossos filhos, para os nossos familiares e para os moradores do Rio de Janeiro", reforçou.

Edição: Eduardo Miranda e Mariana Pitasse