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Pai do vereador Jairinho pode assumir vaga de deputado estadual no Rio de Janeiro

Coronel Jairo foi preso em 2018 na Operação Furna da Onça e foi também um dos principais alvos da CPI das Milícias

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Coronel Jairo Jairinho
Presos por crimes diferentes, pai e filho também são relacionados às milícias na Zona Oeste do Rio - Alerj e Câmara do Rio/Divulgação

De olho nas eleições de 2022, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC), vai rearticular sua base aliada nas próximas semanas com uma reforma de seu secretariado. O objetivo é prestigiar partidos e nomes que poderão ajudá-lo no caminho para a reeleição ao cargo de chefe do Executivo estadual.

O deputado Rodrigo Bacellar (Solidariedade) está cotado para a Secretaria de Governo. Se o convite se confirmar, a vaga que o parlamentar deixará na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) poderá ser preenchida por seu suplente, Coronel Jairo, pai do vereador Dr. Jairinho, preso desde o início de abril pela morte de seu enteado de quatro anos.

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Coronel Jairo exerceu o mandato de deputado estadual pelo estado do Rio entre 2002 e 2019 e na última eleição obteve 24.620, ficando com a 1ª suplência na coligação PTB/Solidariedade. Sua base eleitoral está na zona oeste, território onde as milícias são mais fortes no Rio de Janeiro.

Saiba mais: Como atuam as milícias, por dentro e fora do estado

O pai de Jairinho foi preso em 2018 na Operação Furna da Onça. Ele foi acusado de receber uma "mesada" para aprovar projetos do então governador Sérgio Cabral (MDB) na Alerj e participar de um esquema de distribuição de cargos públicos. Coronel Jairo é também uma das principais figuras da Alerj investigadas na CPI das Milícias realizada em 2008. Ele e o filho aparecem, inclusive, como possíveis envolvidos na tortura de jornalistas de O Dia.

“Jairo, Jairinho, Jerominho, Natalino e tantos outros são, sem dúvidas, exemplos de como a milícia se vinculou com a política institucional. No caso do Jairinho não há comprovação oficial, mas há indícios fortes”, apontaram os pesquisadores Ignácio Cano e Carolina Iooty em relatório ao qual o Brasil de Fato teve acesso.

A principal milícia da zona oeste, a que Jairinho e Jairo tem o nome relacionado, já foi batizada de três formas distintas ao longo dos anos: “Liga da Justiça”, “A Firma” e, por último, “Bonde do Ecko”. Esse grupo teve início nos anos 1990 atuando no serviço de transporte coletivo, mas também em ações de venda de terrenos, cobrança de taxa de segurança, distribuição de gás, “gatonet” e crimes corriqueiros de roubo e tráfico de drogas. 

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Eduardo Miranda e Vivian Virissimo