Rio Grande do Sul

COVID-19

Pesquisa da UFPel estima dois milhões de infectados no RS, o dobro do número oficial

Décima etapa da Epicovid19 estima que 18,1% da população gaúcha apresenta anticorpos para o novo coronavírus

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Em comparação com a etapa da pesquisa realizada em fevereiro, quase dobrou o número de pessoas contaminadas no RS - UFPel/Divulgação

O Rio Grande do Sul tem cerca de dois milhões de pessoas com anticorpos para o novo coronavírus, ou seja, 18,1% de sua população já teve covid-19 desde o início da pandemia. É o que estima a nova fase do estudo de Evolução da Prevalência de Infecção por Covid-19 (Epicovid19-RS) divulgada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) nesta quinta-feira (29).

“Ainda estamos longe da imunidade coletiva. A vacinação e as medidas de distanciamento são as únicas maneiras de controlar a disseminação do vírus e evitar o aparecimento de novas mutações”, alerta o epidemiologista e coordenador do estudo, Pedro Hallal.

O número apresentado pela pesquisa é maior que o dobro dos números oficiais. Conforme dados da Secretaria Estadual da Saúde (SES) na tarde desta quinta-feira (29), 966.895 pessoas já foram contaminadas no estado.

Esta é a décima etapa da pesquisa, realizada entre 9 e 12 de abril. De acordo com as últimas estimativas, a proporção é de uma pessoa com anticorpos para o coronavírus a cada 5,5 moradores do RS.

Comparado com o levantamento anterior, realizado entre 5 a 8 de fevereiro, em que o número de pessoas já infectadas era de 1,13 milhão, o equivalente a 10% dos moradores do estado, nesta etapa o número de infectados quase dobrou.

Vacinação

O estudo incluiu novas análises sobre a cobertura de vacinação entre os participantes da amostra. Do total de 4,5 mil entrevistados, 26,1% receberam a primeira dose de vacina contra o coronavírus, e 13,2% receberam a segunda dose.

As proporções de cobertura vacinal coincidem com a priorização dos grupos mais idosos da população. A primeira dose do imunizante alcançou 94,3% dos idosos com 80 anos ou mais; 66,5% dos idosos com idades entre 60 a 79 anos; 5,9% das pessoas de 40 a 59 anos e 11% das pessoas de 20 a 39 anos.

“A recomendação é vacinar a população com as duas doses de imunizantes o mais rápido possível, com prioridade aos grupos que estão em maior risco de casos severos e morte pela doença, como idosos e pessoas com comorbidades”, disse Pedro Hallal.

O estudo

O Epicovid19 é o único estudo populacional do mundo a realizar dez fases de monitoramento da prevalência de infecção pela covid-19 na população das mesmas cidades. A pesquisa tem coordenação da UFPel e do governo do estado Rio Grande do Sul, com apoio de doze universidades públicas e privadas.

O objetivo do estudo é estimar o percentual de gaúchos infectados pela covid-19, avaliar a velocidade de expansão da infecção e fornecer indicadores precisos para subsidiar políticas de enfrentamento da pandemia. O estudo conta com financiamento do Todos Pela Saúde, Banco Banrisul, Instituto Serrapilheira, Unimed Porto Alegre e Instituto Cultural Floresta.


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Edição: Marcelo Ferreira