Abuso de poder

Gilmar Mendes acusa Bretas de "pescaria probatória" e anula 75 apreensões do juiz

Buscas e materiais probatórios obtidos em endereços de advogados são anulados em processo envolvendo a Fecomércio-RJ

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
gilmar mendes
Gilmar Mendes avaliou que buscas e apreensões em endereços de advogados foram ilegais - Nelson Jr./STF

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou, nesta terça-feira (27), para retirar a competência sobre os processos da operação E$quema S - que investiga a participação de advogados em desvios milionários na Fecomércio e outras entidades do Sistema S do Rio de Janeiro - das mãos do juiz Marcelo Bretas.

Sendo assim, as buscas e apreensões em 75 endereços ligados a advogados devem ser anuladas. De acordo com o ministro, as buscas foram medidas de "pescaria probatória" (fishing expedition). Esse conceito compreende a ideia de um inquérito ou busca e apreensão desnecessariamente extensa ou não relacionada ao processo, com o objetivo de obter provas para fundamentar novas ações.

O ministro, que é relator do caso, ainda avaliou que as buscas e apreensões contra advogados de pessoas investigadas foram ilegais. Isso porque os mandados foram genéricos e amplos, sem explicar o que motivaria cada medida. 

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"Em relação a essa alegação [de ilegalidade das buscas], percebe-se que não houve a observância aos requisitos legais e nem às prerrogativas da advocacia, com a ampla deflagração de medidas que buscaram 'pescar' provas contra os denunciados e possíveis novos investigados, inclusive, nesse ponto específico, em desrespeito às regras do foro por prerrogativa de função".

* Com informações do ConJur.

Edição: Vinícius Segalla