Paraíba

INTERVENÇÃO

DCE UFCG repudia ação que pode interferir no resultado da eleição para reitoria.

Os professores Kennedy Rodrigues e Marcus Vinícius articulam com Bolsonaro para que ele os nomeie reitor e vice da UFCG.

Brasil de Fato | Campina Grande-PB |
Professores Kennedy Rodrigues e Marcus Vinícius apelando ao presidente Bolsonaro. - Foto Divulgação

No último dia 20 de novembro de 2020, ocorreu a eleição para Reitoria da Universidade Federal de Campina Grande - UFCG. A chapa encabeçada pelos professores Vicemário Simões e Camilo Farias ficou em primeiro lugar e foi reeleita na consulta pública recebendo 50,45% dos votos.

No entanto, na tarde desta quinta-feira (11) os professores Kennedy Rodrigues e Marcus Vinícius, componentes da chapa que ficou em segundo lugar na votação, esqueceram que pautaram a campanha com a proposta de defender uma “UFCG Plural e Democrática” e gravaram vídeo tecendo elogios a Bolsonaro.

A comunidade acadêmica acredita que isso seja uma tentativa de fazer com que o presidente conceda a nomeação para os mesmos assumirem a gestão da UFCG. 

 

O Diretório Central dos Estudantes da UFCG emitiu uma nota a respeito, confiram:


“NOTA DE REPÚDIO!

Depois de pautarem uma campanha sob um projeto de “UFCG Plural e Democrática”, os professores Kennedy Rodrigues e Marcus Vinicius mitigam agora o voto do presidente Genocida Jair Bolsonaro para serem nomeados para o reitorado da UFCG, ferindo a escolha da comunidade acadêmica.
Na tarde de hoje, 11 de fevereiro, circulou nas redes um vídeo em que os professores se voltam ao presidente clamando sua nomeação e se colocando enquanto agentes de seu projeto. Além de desprezar a democracia e autonomia universitária, apelam a intervenção com a frase “Estamos concorrendo à nomeação". Não bastasse, constroem uma narrativa com bajulações, referenciando também o setor militar e se comprometendo a “Administrar a UFCG nos moldes do governo federal”.

Sabemos que os moldes desse governo são de longe Plural e Democráticos, pelo contrário tem um projeto de morte para o povo e sua diversidade, são moldes que aprofundam dia após dia a destruição das nossas instituições de ensino. É um governo GENOCIDA, que no meio de uma pandemia como a que atravessamos deslegitima a ciência, e se nega a desenvolver políticas que nos faça atravessar tudo isso de forma menos dolorida.
Caros, Kennedy e Marcus, no termo em que assinaram firmando o compromisso de só aceitarem a posse caso fossem eleitos dizíamos “Para fazer a gestão de uma instituição é necessário a governabilidade, e sem legitimidade isso é impossível. ” Usamos, agora, estas mesmas palavras para dizer que NÃO ACEITAREMOS INTERVENÇÃO, não será legítimo nenhum reitor interventor biônico do fascismo bolsonarista em nossa instituição e nós não sossegaremos até que o reitor eleito seja empossado! ”

É evidente que um processo de intervenção do Estado nesta decisão da comunidade acadêmica é inadmissível, não há como construir um projeto plural e democrático no atual governo brasileiro, além de que sem respeito à consulta universitária enquanto processo eleitoral que ocorreu, não existe democracia interna. A Universidade é uma instituição de ensino aberta a todos e todas, sua autonomia deve ser respeitada.
 

Edição: Maria Franco