Paraná

Militarização

Militares da reserva receberão R$ 3.500 em diárias para cargos em escolas do Paraná

Porte de arma de fogo é pré-requisito. Candidatos são dispensados de exame de saúde mental

Curitiba (PR) |
Estado deve contratar 806 policiais da reserva para os cargos de diretor cívico-militar e monitor cívico-militar - Geraldo Bubniak/AEN

O governo do Paraná iniciou o processo de militarização de escolas públicas. Está aberto para inscrições, até 18 de dezembro, edital de seleção de policiais militares da reserva para ocuparem os cargos de diretor cívico-militar e monitor cívico-militar em 199 escolas. O edital prevê a contratação de 806 policiais.

As ações de gestão pedagógica e gestão administrativa nas áreas de infraestrutura, patrimônio, finanças e segurança, além do monitoramento de atividades extracurriculares passarão a ser feitas por policiais militares da reserva.

Uma das condições para a inscrição é que o candidato esteja com porte de arma de fogo vigente. Há ainda a informação de que aqueles que tiverem esse porte “estarão dispensados de exame de aptidão de saúde mental”.

O edital prevê ainda que os contratados receberão “diárias especiais”, além do valor específico que já recebem como militares da reserva. O valor total previsto para tais diárias é de R$ 3.500 ao mês. A divulgação do resultado e convocação estão previstas para fevereiro de 2021.

No processo de militarização, há a estimativa de que serão destinados R$ 80 milhões dos recursos da educação para reformas e compra de uniformes somente para escolas militares.

Presidente da APP-Sindicato, o professor Hermes Leão lembra que o processo de militarização se inicia num período em que profissionais da educação contratados temporariamente correm o risco de perderem seus cargos durante a pandemia. 

“800 policiais aposentados serão empregados na militarização de 200 escolas estaduais do Paraná. Enquanto isso, o secretário Renato Feder pretende desempregar 29 mil professores e funcionários, que há anos contribuem com a educação dos estudantes paranaenses, em meio à pandemia”, afirma.

Há meses, a APP-Sindicato luta pela suspensão da militarização, pela prorrogação dos contratos de profissionais temporários e pela anulação do edital, que prevê provas presenciais para contratação de novos profissionais temporários.

Edição: Frédi Vasconcelos