Rio Grande do Sul

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Personalidades políticas chamam atenção para os prejuízos da privatização da Refap

Atividade promovida pelo Sindipetro-RS lembrou a maior vitória dos petroleiros gaúchos: a Refap 100% Petrobras

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Comandada por Juremir Machado, live contou com a participação de Tarso Genro, Olívio Dutra, Pepe Vargas e Pedro Ruas - Reprodução

A noite dessa terça-feira (15) resgatou um importante capítulo na vida de todos os gaúchos. Há dez anos, no dia 13 de dezembro de 2010, os petroleiros venceram a luta pela reincorporação da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), que voltava a ser 100% Petrobras. O ato virtual, organizado pelo Sindipetro-RS, contou a com a participação dos ex-governadores Tarso Genro e Olívio Dutra (PT), com os representantes das Frentes Parlamentares Nacional e Estadual, Elvino Bohn Gass e Pepe Vargas (PT), do ex-deputado estadual Raul Carrion (PCdoB) e do eleito vereador de Porto Alegre, Pedro Ruas (PSOL).

A live teve mediação e apresentação do jornalista Juremir Machado, e foi retransmitida pelo Brasil de Fato RS e pela rede Soberania. Durante toda a atividade, os participantes reforçaram a atual luta pela permanência da Petrobras no estado. A refinaria é uma das estruturas da estatal que estão na mira da privatização do governo federal.

Conforme destaca o Sindipetro-RS, no dia 4 de agosto de 2000, o então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) entregava 30% da Refap à empresa argentina Repsol. A partir daí, foram dez anos de desmantelamento e encolhimento da empresa. Um período de demissões e de forte pressão, o que levou trabalhadores ao adoecimento, resultado do estresse, de redução de pessoal e de ataques sofridos pela administração da empresa.

Fruto de uma decisão política, o processo que resultou na reestatização da Refap iniciou com a eleição do governo Lula, que interrompeu as desenfreadas privatizações que vinham acontecendo desde 1995 pelo governo FHC.

A luta continua

Durante a live, Olívio Dutra (PT), então governador do estado, no ano 2000, lembrou da luta do seu governo para tentar barrar a venda da refinaria. A entrega da riqueza brasileira vem se repetindo, com mais intensidade e a passos largos, no governo Bolsonaro: "o estado na visão deles (governo FHC e Bolsonaro) é uma empresa que tem que trabalhar de forma pragmática, como se não existisse o ser humano. O estado é muito mais do que isso. O povo tem que ser sujeito e não objeto da política, para que o povo viva bem. Serviços fundamentais não devem ser privatizados, tudo isso é tentativa de reduzir o estado para a maioria do seu povo e ampliar o interesse de um grupo privado".

Para o ex-governador Tarso Genro (PT), a reincorporação da Refap à Petrobras teve um significado extremamente importante na política do estado: "todos nós sabemos que uma estatal desenvolve políticas que contemplam uma totalidade de fatores, na malha produtiva, na arrecadação dos municípios e do próprio estado. Foi uma notícia extraordinária na época, que jamais imaginaríamos que iria se reverter de forma tão calhorda, quando este (atual) governo anunciou o processo de privatização".

Para o presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Petrobrás no RS, o deputado estadual Pepe Vargas (PT), é necessário debater com a sociedade todos os prejuízos que serão causados com a saída da Petrobras no estado: "a sociedade não está suficiente esclarecida, este é um assunto que pouco frequenta o noticiário dos grandes veículos. O que existe é uma resistência e uma tentativa de esclarecimento por parte do Sindipetro, pela FUP (Federação Única dos Petroleiros) e por uma parcela de parlamentares. A sociedade ainda não se deu conta de que a privatização vai trazer o aumento no valor do gás e da gasolina. O governador Eduardo Leite poderia ser um porta-voz dos interesses do estado e não se omitir, como vem fazendo, dessa luta.”

O deputado Elvino Bohn Gass (PT), presidente da Frente Parlamentar Nacional em Defesa da Petrobras, falou sobre a necessidade da luta para barrar o anúncio de venda da Refap: "temos que ter força social e popular, fazer as disputas no parlamento, no judiciário e em todos os órgãos. Sem pressão externa eu não acredito em mudança. Nesse sentido, temos que mostrar a falácia do argumento de que privatizar a refinaria reduziria o preço de gás e da gasolina. Isso é mentira. Não vão construir novos dutos, não haverá outras refinarias, isso se chama monopólio natural. Esse é o grande debate".

Assista à live na íntegra

* Com informações do Sindipetro-RS


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Edição: Marcelo Ferreira