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Tocando em frente

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As candidaturas de Francischini (PSL) e Greca (DEM) são suas personificações. O primeiro representando a extrema-direita, de base bolsonarista; o segundo, a velha oligarquia local querendo continuar seus projetos antipopulares.
As candidaturas de Francischini (PSL) e Greca (DEM) são suas personificações. O primeiro representando a extrema-direita, de base bolsonarista; o segundo, a velha oligarquia local querendo continuar seus projetos antipopulares. - Melito
Desgastar o campo conservador é fundamental e, ainda mais, sua ala protofascista

Como diria a música: “ando devagar porque já tive pressa”. Houve um tempo em que parecia que Curitiba superava seu conservadorismo. Porém, não adianta ter pressa. É tempo de analisar melhor nossa cultura política. Após expressivas votações que elegeram governos progressistas nacional e até localmente, uma onda conservadora tomou a cidade. Mas, ao mesmo tempo, ela é ambígua.

O conservadorismo tem dois caminhos: de um lado, a novidade protofascista (quer dizer, as características de extrema-direita que ainda não se desenvolveram totalmente); de outro, a tradicional direita (que usa sua máquina para convencer a maioria da população de que o neoliberalismo é sensato).

As candidaturas de Francischini (PSL) e Greca (DEM) são suas personificações. O primeiro representando a extrema-direita, de base bolsonarista; o segundo, a velha oligarquia local querendo continuar seus projetos antipopulares.

As pesquisas eleitorais sobre a disputa à prefeitura em Curitiba trazem essas duas personagens, mas acrescentam um terceiro papel. É o do campo progressista, representado por uma candidatura como a de Goura (PDT), tecnicamente empatado em segundo lugar, mas que vem acompanhado de um bloco importante de outras opções, como as do PT (Paulo Opuszka), PCdoB (Camila Lanes) e PSOL (Leticia Lanz), por exemplo.

A característica desse terceiro caminho é o de estar ainda fragmentado. Após sofrer um duro golpe (literalmente, um golpe de Estado), em 2016, a esquerda não tem mais conseguido realizar alianças competitivas eleitoralmente, salvo exceções. Este é o seu desafio, já que estas eleições municipais apontam para a disputa de 2022.

Até lá, é preciso “compreender a marcha e ir tocando em frente”. Desgastar o campo conservador é fundamental e, ainda mais, sua ala protofascista. Mas para tocar em frente de verdade é preciso temperar o “sabor das massas” com a única iguaria que pode dar liga para nossa marcha: a unidade de uma frente progressista.

Edição: Pedro Carrano