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Bancários de Curitiba paralisam agências em ato contra demissões no Bradesco

Esta quinta-feira, 15 de outubro, é Dia Nacional de Lutas contra Demissões nos bancos privados

Curitiba (PR) | via Seeb Curitiba |
Somente em Curitiba e região, o Sindicato foi notificado de 60 demissões pelo Bradesco neste mês - Reinaldo Reginato/SEEB Curitiba

As agências bancárias e os centros administrativos do Bradesco na região central de Curitiba (Palácio Avenida, Curitiba Centro, Monsenhor Celso, Rua das Flores, Emiliano Perneta e Comendador Araújo) amanheceram fechadas nesta quinta-feira, 15 de outubro.

Trabalhadoras e trabalhadores paralisaram as atividades para denunciar à população as demissões que o banco Bradesco promove diariamente no mês de outubro, quebrando acordo de não demitir durante a pandemia. A atividade organizada pelo Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários, Financiários e Empresas do Ramo Financeiro de Curitiba e região está inserida no Dia Nacional de Lutas Contra as Demissões nos Bancos, que ocorre em todo o país.

“Seguimos com os protestos contra as intransigências do Bradesco, que precisa respeitar seus funcionários, pois na pandemia já temos altos índices de desemprego no país e um banco com lucratividade pode, no mínimo, cumprir com sua responsabilidade social. E essa responsabilidade social não se resume ao Natal de Luz do Palácio Avenida”, afirma Cristiane Zacarias, secretária-geral do Sindicato, que é trabalhadora do Bradesco. “Hoje paralisamos, pois a reunião com o banco foi improdutiva e só revelou seu descaso com nosso país”, reitera a dirigente.

No primeiro semestre de 2020, o Bradesco lucrou R$ 7,626 bilhões. E ganhou mais nos piores meses da pandemia. Seu lucro, no segundo trimestre, foi 3,2% maior que nos primeiros três meses do ano.

Somente em Curitiba e região, o Sindicato foi notificado de 60 demissões pelo Bradesco neste mês e as denúncias são que esse número pode chegar a 150. Bancários e bancárias que estão em home office são dispensados por ligação telefônica e teleconferência, sem justa causa, sob a justificativa de “reestruturação”, processo que não teve negociação ou diálogo com os sindicatos.

Os números de demissões são incertos porque a reforma trabalhista de 2017 retirou a obrigatoriedade de homologação de rescisões por entidades sindicais. O Sindicato contabiliza as denúncias e notificações dos próprios demitidos que procuram a entidade.

“O Bradesco não quer ouvir tampouco reconsiderar as demissões em plena pandemia. Deixou de cumprir um acordo de não demissão e ainda está demitindo pessoas com doenças graves e que dedicaram suas vidas ao trabalho no banco. É lamentável tamanha insensibilidade. O Sindicato vai lutar contra estas e futuras demissões buscando todas as medidas possíveis para o momento”, esclarece Karla Huning, representante do Paraná na Comissão de Empregados (COE) Bradesco, coletivo que participa das negociações com o banco.

Entre as providências que o Sindicato está tomando, além da mobilização nos locais de trabalho para denunciar as demissões à sociedade, estão suporte jurídico, para pleitear reintegrações, e de saúde, para acolhimento emocional, além de recolher informações para denunciar as demissões em massa no Ministério Público do Trabalho.

As agências e centros administrativos do Bradesco permanecerão com as atividades presenciais paralisadas durante todo o dia.

Edição: Lia Bianchini