Segunda onda

União Europeia retoma restrições para tentar frear crescimento de casos da covid

Propagação atinge recordes, países reabrem hospitais de campanha, fecham comércios e suspendem aulas

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

Ouça o áudio:

De luvas e máscara, idoso visita um café na cidade escocesa de Glasgow (Reino Unido). - Ross Sneddon/ Unsplash

Seguindo a tendência de retomada das medidas restritivas que vem sendo colocadas em prática por diversas nações da Europa, o Conselho da União Europeia (UE) divulgou uma série de recomendações de restrição de viagens para os membros do bloco. O acordo, divulgado nesta terça-feira (13), prevê que as autorizações deslocamento entre os países que compõem a UE serão baseadas na situação epidemiológica da covid em cada região. Para isso, os governos aceitaram oferecer informações semanais com detalhes sobre incidência e propagação.

A Europa vive hoje uma nova onda de infecções pelo coronavírus. Os números de infectados por semana são superiores aos registrados em abril, no início da pandemia. Na ocasião a maior parte dos países adotou medidas rígidas de isolamento, fechou escolas e comércios. Houve relativo controle da propagação e retomada das atividades. O movimento agora começa a ser interrompido, frente a dados que se superam sucessivamente.

Nesta semana, a Inglaterra decidiu reabrir três hospitais de campanha que já estavam fora de operação. A partir desta quarta-feira (14), o Reino Unido passa a seguir novas medidas de restrição da circulação, definidas a partir do nível de alerta de cada região. No Rússia, a prefeitura de Moscou já havia divulgado que reabriria unidades de atendimento para pacientes da covid que estavam desativadas. Além disso, voltaram a vale regras que incentivam o distanciamento social e o isolamento, como trabalho remoto para um porcentagem da população e ampliação do período de férias escolares.

Na Itália, que voltou a registrar mais de cinco mil casos diários no fim de semana, o governo limitou horário de funcionamento de restaurantes e proibiu esportes coletivos de contato. A França deve anunciar novas medidas nos próximos dias e há especulações de que algumas áreas precisarão implementar toques de recolher. Nessa segunda-feira (12), o país confirmou mais de 8 mil novos infectados pelo coronavírus. Já o governo espanhol definiu estado de alarme e implementou ações de confinamento em nove cidades.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o mundo registrou recorde de novos casos da covid-19 em 24 horas na sexta-feira passada (9) e o aumento foi impulsionado pela situação na Europa. Foram confirmadas 350.766 pessoas contaminadas em apenas um dia. No mesmo dia, o continente havia registrado mais de 109 mil novos casos, recorde absoluto para a região.

Velocidade da pandemia cai no Brasil

No Brasil, o número oficial de pessoas contaminadas pelo coronavírus desde fevereiro alcançou 5.113.628 nesta terça-feira (13). Segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, desde segunda-feira (12), 10.220 pessoas em território nacional tiveram a confirmação de que estão com a covid-19. O total de óbitos chegou a 150.998. Em 24 horas, houve registro de 309 novas mortes. 

Os números semanais indicam que a pandemia está em desaceleração no país. Há um mês, os dados de novos contaminados e óbitos declinam a cada período de sete dias. Na semana que se encerrou no dia 10/10, o total de mortes ficou abaixo de 4,5 mil pela primeira vez desde o início de maio. O total de casos registrados chegou a 175 mil, nível semelhante aos registros de junho. 

O que é o novo coronavírus?

Trata-se de uma extensa família de vírus causadores de doenças tanto em animais como em humanos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em humanos, os vários tipos de vírus podem provocar infecções respiratórias que vão de resfriados comuns, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), a crises mais graves, como a Síndrome Respiratória Aguda Severa (SARS). O coronavírus descoberto mais recentemente causa a doença covid-19.

Como ajudar quem precisa?

A campanha “Vamos precisar de todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.

Edição: Rodrigo Chagas