O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) rejeitou nesta sexta-feira (9) a possibilidade de que a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e o Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH) integrassem o processo da jogadora de vôlei Carol Solberg. Segundo o relator do processo, Robson Vieira, as entidades não têm vínculo com a área esportiva.
A ABI e o MNDH haviam pedido participação no processo para a defesa de Carol. A jogadora será julgada pelo STJD por ter dito "Fora, Bolsonaro" no final de uma entrevista para o canal SporTV. A manifestação da atleta ocorreu no último dia 20 após ela conquistar a medalha de bronze no Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, em Saquarema (RJ).
“O ‘Fora, Bolsonaro’ está engasgado aqui na garganta. Ver esse desgoverno dessa forma, ver o pantanal queimando, 140 mil mortes e a gente encarando a pandemia desse jeito. É isso. Tá engasgado esse grito. E me sinto, como atleta, na obrigação de me posicionar”, afirmou a atleta em sua página no Instagram no dia do protesto.
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As duas entidades vão recorrer da decisão e afirmam que o STJD atua com dois pesos e duas medidas ao tratar das declarações de atletas. A Comissão de Atletas do Comitê Olímpico do Brasil (COB), a CACOB, lembrou que a dupla de vôlei Wallace e Maurício Souza apareceu nas redes sociais fazendo com as mãos o número do então candidato à presidência Jair Bolsonaro (sem partido) em setembro de 2018. Na época, não houve nenhum tipo de sanção à dupla.
A procuradoria do STJD pede que a jogadora carioca receba multa de R$ 100 mil e suspensão de seis meses dos torneios, penalidades máximas. O julgamento de Carol ocorreria na última terça-feira (6), mas foi adiado para que fosse analisado o pedido para a ABI e a MNDH entrarem como parte no processo.
Edição: Eduardo Miranda