Pernambuco

ELEIÇÕES 2020

Cientista político analisa disputa eleitoral para a prefeitura do Recife

Capital pernambucana conta com oito candidaturas, sendo quatro delas um reflexo da conjuntura eleitoral nacional

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Cidade tem 1,6 milhões de habitantes e cerca de 1,2 mi estão aptos a votar neste ano - Reprodução/TV Globo

Recife é a capital do estado de Pernambuco e possui um 1.600.000 habitantes, dos quais 1,2 milhões são eleitores. Em 2020 o prefeito Geraldo Júlio, do PSB, encerra seu segundo mandato, o que abre espaço para novas candidaturas ocuparem o cargo. Entre oito candidaturas, quatro delas têm sido apontadas pelas pesquisas como as favoritas do eleitor recifense.

 Quem traça o perfil dessas candidaturas é o cientista político e professor visitante da pós-graduação em Política da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), Sérgio Ferraz “Se a gente pega os principais candidatos, a gente vê  dois candidatos do campo da oposição ao Governo, do campo da centro-esquerda, que é a Marília Arraes do PT, com apoio do PSOL. E o João Campos do PSB, que ganhou recentemente o apoio do PDT”.

Os dois candidatos são da família arraes, são primos, e deputados federais. Marília Arraes é advogada e iniciou na vida política como vereadora em 2008. Já João Campos é engenheiro e iniciou sua vida política em 2018 como deputado federal, sendo o candidato mais votado para o cargo na história de Pernambuco.

O cientista político aposta na unidade num segundo turno entre as candidaturas progressistas “O que me parece essencial aí é como vai ser conduzida a campanha de Marília e de João em relação um ao outro. Porque se qualquer uma das candidaturas de direita ganhar proporção, ganhar o fôlego e for para o segundo turno, qualquer dos candidatos do campo progressista que passar vai precisar do apoio do outro.”

Por outro lado, ele analisa um viés bolsonarista nas outras duas principais candidaturas. “A gente tem claramente dois candidatos tentando se aproveitar da tentando se aproveitar dessa popularidade de Bolsonaro, que foi advinda da paternidade que ele terminou assumindo em relação ao auxílio emergencial. O Mendoncinha é uma figura conhecida, foi da PDR, foi do PSL, foi vice-governador, é um candidato conservador digamos de um campo tradicional”.

Mendonça Filho (DEM) é administrador de empresas e está na política desde 1986. Ele é deputado federal e foi Ministro da Educação no governo Dilma Rousseff. “Mais nítida ainda nessa vertente dos candidatos da antipolítica bolsonarista, me parece ser a candidatura da Delegada Patrícia. ela vem com um discurso da novidade, como ela nunca foi política, como ela nunca entrou numa eleição, ela vem com esse apelo” A delegada Patrícia Domingos (Podemos) é carioca, reside em Recife há dez anos e nunca se candidatou a nenhum cargo político.

Ele também aponta temas que podem conduzir a disputa eleitoral neste ano “A gente imagina que vai se discutir questões locais, como é da tradição da eleição municipal, com a questão da pandemia, aparecendo também com muita força, e aí eu acho que o gestor que tiver o que apresentar em termos de trabalho, em termos de combate à pandemia, vai se beneficiar”. Confira na reportagem:

Edição: Vanessa Gonzaga