Ceará

Agroecologia

Em plena crise dos alimentos, agricultor produz arroz agroecológico no sertão do CE

João Felix de Sousa é agricultor e morador da comunidade Riacho do Meio, no município de Choró Limão, no Ceará

Brasil de Fato | Fortaleza (CE) |
O agricultor explica que não tem interesse em vender o que produziu, e que tudo o que colheu será destinado para o consumo próprio e para o complemento alimentar. - Foto: Divulgação

Juntamente com a crise causada pelo vírus da covid-19, aqui no Brasil também estamos presenciando uma crise alimentar. Recentemente vimos o aumento de certos itens que formam a base da alimentação do povo brasileiro como, por exemplo, o arroz. Esse aumento mexe tanto no prato como no orçamento do trabalhador. Mas no Ceará, algumas famílias agricultoras conseguiram plantar e colher o arroz este ano, como é o caso de João Felix de Sousa, agricultor e morador da comunidade Riacho do Meio, no município de Choró Limão, no Ceará. Ele informa que plantou arroz durante vários anos, mas que nunca tinha conseguido colher por causa das dificuldades do plantio, mas este ano conseguiu colher sua produção que, de acordo com ele, foi aproximadamente 230 kg.

O agricultor explica que não tem interesse em vender o que produziu, e que tudo o que colheu será destinado para o consumo próprio e para o complemento alimentar. Além disso, ele também afirma que está doando sementes para outros agricultores na tentativa de incentivá-los também a plantar. João Feliz ressalta que toda a sua produção é agroecológica e que a mesma irá ajudar tanto financeiramente como na questão da segurança alimentar. “Ajuda e muito. Porque era um produto que a gente não tinha e que a gente consome no dia a dia. Então com essa produção faz um complemento na questão da segurança alimentar da família e também uma renda a mais, porque é um produto que já não vou mais comprar no mercado, principalmente hoje no valor que está”.

Sobre o impacto do preço dos alimentos, João explica que para as pessoas que ganham um salário mínimo, ou até menos, tudo tem que ser “programado” e que a elevação do preço faz com que as famílias tenham que repensar e até mesmo retirar algumas opções na alimentação. Para ele, quem tem uma produção maior não vai sentir muita diferença com o aumento do preço, pelo fato desses agricultores consumirem poucos produtos do mercado, já que praticamente comem do que plantam, mas que, de uma forma ou de outra vai acabar afetando a todos já que, segundo ele, não foi só o alimento que subiu, subiu outras coisas também. “Então eu acho que esse preço abusivo de alta nos alimentos vai afetar a nação toda, não só a mim, mas a nação toda. A gente fica muito preocupado com essa questão”. E complementa “Então, até às famílias que vivem no campo que produziram bem, até que não vou sentir muito não, mas essas famílias que não tem uma produção boa e com essa alta no preço e essa baixa da pouca renda que recebe, a gente sente que já há uma preocupação das famílias e da gente, né?”. 
 

Edição: Monyse Ravena