Rio de Janeiro

Despejo

Correios e Escola de Cinema Darcy Ribeiro marcam audiência de conciliação

Uma liminar havia determinado que a escola deixasse o prédio que pertence a empresa pública no último sábado (15)

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
A Escola de Cinema Darcy Ribeiro passou a funcionar no edifício a partir de um contrato com os Correios, com duração de 10 anos, que terminou em 2011 - Divulgação

Após diversas manifestações e campanhas online, a Escola de Cinema Darcy Ribeiro (ECDR) e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos terão audiência de conciliação na próxima terça-feira (18). O diálogo tem como objetivo tratar sobre a desocupação do prédio que pertence aos Correios e que foi cedido à escola desde 2001. 

Uma decisão judicial, a pedido da empresa pública, havia determinado que a escola, localizada no centro do Rio de Janeiro, deixasse o prédio até o último sábado (15), mas o agendamento da audiência de conciliação impediu temporariamente o despejo.

A Escola de Cinema Darcy Ribeiro passou a funcionar no edifício a partir de um contrato com os Correios, com duração de 10 anos, que terminou em 2011 e não foi prorrogado.

Antes de se tornar sede da escola, o espaço estava em desuso desde 1993 e encontrava-se em estágio avançado de deterioração, segundo a direção da Darcy Ribeiro. Na época, a escola realizou investimentos para a restauração, recuperação, adequação e manutenção nos cinco pavimentos do edifício.

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Em julho de 2019, quando recebeu o pedido de desocupação, a direção da Darcy Ribeiro havia informado que vinha "apostando em uma solução amigável com os Correios para que continue cumprindo um de seus maiores objetivos: contribuir para o fortalecimento e a consolidação do cinema brasileiro". Mas as conversas com o não avançaram.

A empresa pública entrou na Justiça em março deste ano, com um pedido de liminar, para obter a reintegração de posse, que foi inicialmente rejeitada na 27ª Vara Federal do Rio de Janeiro. Os Correios recorreram e obtiveram decisão favorável no Tribunal Regional Federal da 2ª Região, que determinou a devolução do prédio.

A direção da escola argumenta que há um decreto de calamidade pública em vigor por causa da pandemia de covid-19 e pede que a escola tenha prazo maior para conseguir a destinação de seu acervo. 

A escola, que foi declarada Patrimônio Histórico Cultural Imaterial do Estado do Rio de Janeiro em 2018, guarda coleções pessoais de cineastas e cinéfilos como Daniel Filho, José Wilker e Moniz Viana, além de roteiros originais do cinema nacional, equipamentos para a produção audiovisual dos alunos e filmes produzidos por eles.

Edição: Mariana Pitasse