Paraná

PANDEMIA

No Paraná, estoque de remédios sedativos para intubação está no fim

Governo do Estado pede ajuda ao Ministério da Saúde, que gastou apenas 29% do orçamento destinado à pandemia

Curitiba (PR) |
Quantidade de óbitos no `PR já passou de 1800 - Foto: Giorgia Prates I Diagramação: Vanda Morais

“Estamos no limite da falta de medicamentos para manter os pacientes sedados na intubação”, disse Beto Pretto, secretário de Saúde do Paraná, em transmissão pela internet, ressaltando que o problema não é especifico do Estado e sim de todo o País. O secretário ainda disse que foram feitos vários pedidos ao Ministério da Saúde.

“Fizemos a solicitação e o que sabemos é que o Ministério da Saúde está fazendo uma operação de compra no exterior através da Organização Pan-Americana de Saúde e nós vamos entrar nessa compra”, afirmou Pretto. Recente relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) afirma que o Ministério da Saúde gastou somente 29% do dinheiro que recebeu para as ações de combate ao coronavírus. A análise abrange os gastos da pasta desde março, quando o governo decretou estado de calamidade pública até julho deste ano.

Em nota em resposta ao Brasil de Fato Paraná, a assessoria de comunicação da secretaria estadual de Saúde informou que “devido ao desabastecimento em todo o País, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) estão atuando de forma conjunta com o Ministério da Saúde (MS) para restabelecer o estoque desses medicamentos nos hospitais que fazem parte dos planos de contingência dos estados.”

Sobre que medidas emergenciais vêm sendo tomadas pelo governo do Paraná, a nota informa que “apesar da responsabilidade pela aquisição dos
medicamentos utilizados em âmbito hospitalar ser do próprio hospital, ou das secretarias municipais, nos casos em que os hospitais são da gestão direta dos municípios, neste cenário de risco iminente de desabastecimento, a SESA/PR também está tomando as seguintes providências para o enfrentamento da situação: aquisição por meio de Atas de Registro de Preço vigentes de medicamentos alternativos ou adjuvantes aos analgésicos e sedativos preferencialmente utilizados e Aquisição emergencial, por dispensa de licitação (DL), dos principais itens considerados prioritários”.

“É preciso mudar a gestão da pandemia”, diz líder da oposição

O deputado Professor Lemos (PT), líder da oposição na Assembleia Legislativa do Paraná, diz que os números de casos e óbitos decorrentes do coronavírus no Paraná são preocupantes e defende que haja urgente mudança na forma de gerir essa crise sanitária no Estado. “O secretário de Saúde informou que um estoque de medicamentos que era para durar 6 meses acabou em 35 dias. Isso já é um motivo para que o Paraná mude a forma
como vem gerindo a pandemia do coronavírus,” diz ele. Lemos integra uma comissão especial de acompanhamento da pandemia, criada na Assembleia Legislativa, e informa que os deputados têm se reunido semanalmente para apontar propostas de mudança. “O tratamento disso tudo se mostrou
ineficaz. Ontem tivemos o maior número de mortes em um dia só, foram 71 pessoas.”

Edição: Gabriel Carriconde