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Flávio Bolsonaro confirma reunião com Marinho e nega saber de vazamento da PF

MPF investiga suspeita de que filho do presidente tenha recebido dados sigilosos sobre investigações durante as eleições

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Jair Bolsonaro e seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, durante campanha eleitoral de 2018 - Mauro Pimentel / AFP

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) prestou depoimento nesta segunda-feira (20) sobre denúncias de que acessou informações de uma investigação sigilosa durante a campanha eleitoral de 2018. 

No depoimento, prestado em seu gabinete, o senador confirmou ter participado de uma reunião na casa do empresário Paulo Marinho, mas negou que tivesse conhecimento sobre o suposto vazamento de informações sobre a Operação Furna da Onça da Polícia Federal (PF).

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Segundo Paulo Marinho, que coordenou a campanha presidencial de Jair Bolsonaro (sem partido) e é suplente do senador, Flávio teria sido avisado, entre o primeiro e o segundo turno das eleições de 2018, que a operação da Polícia Federal contra seu assessor, Fabrício Queiroz, seria deflagrada em novembro daquele ano.

Na ocasião, ele afirmou que Flávio Bolsonaro o procurou “absolutamente transtornado”, em busca de indicação de um advogado criminal. E lhe confessou que os policiais teriam impedido a deflagração da operação em outubro de 2018, no meio das eleições, para não prejudicar a candidatura de Bolsonaro à presidência.

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O partidário de Bolsonaro na Polícia Federal ainda teria dito a seu filho que deveria demitir imediatamente Queiroz e sua filha, Nathália Queiroz - essa que estava lotada no gabinete do presidente, à época, deputado federal em Brasília. Ambos foram, de fato, exonerados no dia 15 de outubro de 2018.

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A operação investiga um esquema de corrupção que identificou movimentações suspeitas de R$ 1,2 milhão nas contas de Fabrício Queiroz, quando ela era assessor de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

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O Ministério Público suspeita que ao menos 13 funcionários do gabinete repassavam parte dos salários a Queiroz, movimentação conhecida como "rachadinha".  Flávio é considerado o chefe da organização criminosa.

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Segundo a defesa do filho de Jair Bolsonaro, ele foi ouvido na condição de testemunha. O Senador negou ter recebido acesso ilegal às informações.  Fabrício Queiroz  foi preso no mês passado, na casa de Frederico Wassef, então advogado de Flávio.

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Linha do tempo sobre o caso Queiroz / Brasil de Fato

Edição: Leandro Melito