Paraná

SEGURANÇA

Aumenta número de contaminados em presídios no Paraná

Sindicato realiza monitoramento em tempo real e pede medidas urgentes do governo estadual

Curitiba (PR) |
Contágio nas penitenciárias do Paraná está acelerado - Diagramação: Vanda Morais I Foto: Giorgia Morais

Em uma semana, o número de policiais penais (antigos agentes penitenciários) contaminados com o coronavírus no Paraná passou de 49 para 77. Ainda sem testagem em massa, o número vem preocupando os servidores que temem a disseminação da doença, já que o governo do Paraná não tem política que garanta a saúde dos trabalhadores.

Esses números foram divulgados pelo Mapa de Monitoramento e Prevenção ao coronavírus nas unidades penais do Paraná criado pelo Sindicato dos Policiais Penais do Paraná (Sindarspen), lançado em8 de julho. Na primeira sondagem,foram contabilizados 236 presos confirmados com Covid-19. Em uma semana, o número aumentou para 247.

Já entre os servidores, na primeira sondagem eram 49 e, na quarta (15), o número passou para 77 confirmados.

Afastados em Piraquara

No último fim de semana, 15 servidores de uma mesma equipe da Penitenciária Estadual de Piraquara foram afastados por exame positivo para a doença. Além disso, dois presos também foram confirmados e outros seis apresentaram sintomas. “Estamos próximos de presenciar uma tragédia humanitária”, afirma o presidente do Sindicato dos PoliciaisPenais do Paraná, Ricardo de Carvalho Miranda. Segundo ele, as atuais condições da penitenciária, que abriga em média nove presos em cada cela, impossibilita o isolamento social e facilita a propagação da doença.

“Ficam nove presos em cada cubículo, numa galeria com 10 cubículos, num total de 90 presos na galeria”, explica. Na terça-feira, 14, mais de 30 servidores estavam com a suspeita da doença e 15 agentes
penitenciários foram afastados por receber a confirmação do coronavírus. “A escalade trabalho foi feita no sábado, com 13 servidores, mas hoje de manhã dois não compareceram após apresentarem sintomas na folga do plantão”, explica Miranda.

Com equipes de trabalho reduzidas, o sindicato fez apelo ao governo do estado para a contratação emergencial de novos servidores, testagem em massa, além de outras medidas para conter a disseminação da doença nos presídios.

Edição: Gabriel Carriconde