Rio de Janeiro

Corrupção

Ex-secretário estadual de saúde é preso por fraude em compra de respiradores

Edmar Santos foi exonerado no final de março por denúncias que levaram à prisão de outros membros da pasta

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Edmar Santos
Edmar, ainda como secretário de Saúde no final de março, com o governador Wilson Witzel (PSC) - Governo do Estado do Rio de Janeiro

O Ministério Público do Rio (MP-RJ) e a Polícia Civil prenderam na manhã desta sexta-feira (10) o ex-secretário estadual de saúde Edmar Santos, apontado como integrante da organização criminosa que fraudou contratos de compra de respiradores pulmonares, em caráter emergencial, para atendimento de pacientes com covid-19.

A prisão ocorreu na residência do ex-secretário, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, e faz parte da Operação Mercadores do Caos. A Polícia Civil e o MP também cumpriram mandados de busca e apreensão na outra casa de Edmar em Itaipava, na Região Serrana. Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada da Capital.

A Justiça também autorizou acesso e extração do conteúdo armazenado nos materiais apreendidos, como telefones celulares, computadores e pen drives, inclusive de registros de diálogos telefônicos ou telemáticos, como mensagens SMS ou de aplicativos como WhatsApp, dentre outros, além do arresto de bens e valores de Edmar até o valor R$ 36.922.920,00, equivalente aos recursos públicos desviados em três contratos fraudados para a compra dos equipamentos médicos.

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O MP-RJ afirma que nas investigações sobre a organização criminosa que se infiltrou na Secretaria Estadual de Saúde do Rio, foi identificado, além do ex-subsecretário executivo Gabriell Neves, a presença de outro comandante do grupo: o próprio Edmar Santos, que sempre alegou desconhecer a existência de qualquer esquema de desvio de recursos e, mesmo, após a prisão preventiva de membros da organização da qual fazia parte, continuou no cargo de secretário por algumas semanas, até ser exonerado.

Segundo o MP-RJ, o ex-secretário, que vai responder pelos crimes de organização criminosa e peculato, "atuou, com vontade livre e de forma consciente, em comunhão de ações e desígnios, com os demandados na anterior denúncia oferecida na  fase I da Operação Mercadores do Caos, desviando um milionário volume de recursos públicos destinados à compra de respiradores/ventiladores pulmonares, até hoje não entregues para o atendimento à população, ainda em meio à grave pandemia do novo coronavírus no estado".

Edição: Eduardo Miranda