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Quanto mais se investiga a família Bolsonaro, maior a podridão

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Interromper a auxílio emergencial é condenar milhões de brasileiros - Foto: Antônio Cruz | Agência Brasil
Possíveis crimes vão de desde a "rachadinha", passando pelo apoio de milícias até rede de fake news

Já faz alguns dias que o presidente Jair Bolsonaro insiste em declarar que não prorrogará mais o auxílio emergencial à população brasileira, sobretudo aos desempregados e microempreendedores individuais, que com a correta política de combate à pandemia do coronavírus, se obrigaram a largar seus empregos e ficar em casa cuidando da sua saúde e dos que vivem ao seu redor. 

Para que o Congresso aprovasse a medida de apoio de R$ 600 a R$1.200 foi uma luta contra a opinião do Ministro Paulo Guedes e a determinação do próprio presidente Bolsonaro, que queria pagar somente R$ 200.

Pois agora Bolsonaro insiste em repetir que o país não tem mais condições de prorrogar a ajuda emergencial. Isso não é verdade. O Brasil tem autonomia para lançar títulos do Tesouro Nacional, ou seja, imprimir dinheiro, papel moeda, como têm feito diversos países do mundo como Estados Unidos e Alemanha. 

Isso é perfeitamente possível e deve ser feito em nome da vida e da própria população brasileira porque parar a ajuda emergencial agora seria jogar milhões de trabalhadoras e trabalhadores desempregados e suas famílias na miséria e na fome absoluta. Portanto, a luta para prorrogar e manter pelo menos até o final do ano esse auxílio de R$ 600 a R$ 1.200 é uma prioridade dos movimentos populares.

Cardápio de crimes

Mas quero também falar sobre o avanço das investigações contra a família Bolsonaro. Quanto mais elas ocorrem, mais se descobre a podridão e o envolvimento do clã em uma série de possíveis crimes, desde a "rachadinha", passando pelo apoio de milícias, até a manutenção da rede que espalha fakenews. 

Queiroz, até que enfim, foi encontrado e estava exatamente na casa do advogado da família do presidente. O defensor, dias antes, havia dito que sequer sabia do seu paradeiro. É tão grave a situação que o advogado se obrigou a deixar a defesa de Flávio Bolsonaro. 

Além disso, existe a possível ligação sendo investigada entre as famílias de Queiroz e de Bolsonaro com milícianos e inclusive com a possível morte de Adriano da Nóbrega. Ou seja, mais um fato extremamente grave. 

Outra suspeita séria diz respeito ao avanço das investigações sobre a organização de atos anti-democráticos e a disseminação de fakenews, que tem levado à parlamentares e ao núcleo duro de apoio ao Bolsonaro. Estes congressistas se utilizariam de verbas públicas e de gabinetes para promoverem os atos contra o parlamento, o Supremo Tribunal Federal e a favor do AI-5 e de uma interferência militar. Estes eventos ilegais, inconstitucionais e anti-democráticos seriam mantidos possivelmente por um conjunto de empresários que bancaram a campanha de Bolsonaro através da disseminação de fakenews e que agora continuam mantendo essa rede.

Esses parlamentares e empresários eram exatamente aqueles mesmos que promoveram um golpe contra a presidenta Dilma, democraticamente eleita, usando como a principal bandeira o combate à corrupção. Dilma não havia cometido nenhum crime enquanto estes mesmos se colocavam como os combatentes da corrupção e paladinos da moralidade. 

Pois bem, hoje nós estamos vendo realmente quem são essas pessoas. Ou seja, o único objetivo que tinham era tomar o poder para aplicar essa nefasta política neoliberal que precisa ser combatida diariamente por nós todos, brasileiras e brasileiros, democratas, porque desejamos um país desenvolvido, com inclusão social, qualidade de vida, saúde e educação pública que alcance a nação e o povo brasileiro como um todo. 

Edição: Rodrigo Durão Coelho