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Reabertura

Prefeitura do Rio anuncia flexibilização do isolamento a partir desta terça-feira (2)

Estudo da UFRJ contraria decisão e recomenda quarentena com isolamento total; na baixada cidades também fazem reabertura

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Marcelo Crivella
Segundo prefeito do Rio, cada uma das seis fases de flexibilização terá duração de 15 dias - Fernando Frazão/Agência Brasil

O prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos), anunciou nesta segunda-feira (1) que vai flexibilizar as medidas de isolamento social a partir desta terça-feira (2), com a permissão de abertura e funcionamento para algumas atividades comerciais. A medida vai de encontro com diversas manifestações de pesquisadores e institutos de pesquisa, que apontam a necessidade de lockdown e não de reabertura neste período.

O decreto, que será publicado na terça (2), divide a flexibilização em seis fases. Na primeira fase, o comércio de rua ainda não poderá abrir as portas, com exceção para lojas de automóveis, móveis e decoração. Lanchonetes, bares e restaurantes continuarão operando no sistema de entrega em domicílio. A primeira fase inclui também “serviços religiosos”.

Cada uma das fases terá duração de 15 dias e a previsão é que até agosto todos os serviços tenham voltado a funcionar normalmente. As lojas de shoppings, por exemplo, têm abertura prevista na fase dois. Crivella sinalizou que as escolas poderão ter o funcionamento liberado, com aulas presenciais, a partir de julho.


Quadro da Prefeitura do Rio mapeia flexibilização para diversos setores da economia / Reprodução

Em entrevista coletiva, o prefeito disse que todo o processo será monitorado a partir da curva de novos casos que forem surgindo de covid-19. Crivella afirmou que o medo da doença fez com que pessoas com outras enfermidades deixassem de ir ao hospital para evitar contágio e que “o isolamento social deixa esses efeitos colaterais”.

“Temos que nos preocupar com outras comorbidades. Estamos com pacientes graves de outras doenças que nada têm a ver com coronavírus, mas que, com medo de contaminação, deixaram de ir aos hospitais e estão morrendo. O isolamento social deixa por exemplo esses efeitos colaterais”, argumentou o prefeito da capital.

Baixada

Além do Rio, a Prefeitura de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, também anunciou que escritórios de advocacia, contabilidade e arquitetura, lojas de revenda de automóveis, barbearias, restaurantes, salões de beleza, armarinhos, óticas e estacionamentos podem reabrir as portas a partir desta segunda-feira (1).

O prefeito João Ferreira Neto determinou que bares e botequins, igrejas, salões de eventos e festas, academias, feiras, ambulantes, shoppings e lojas de roupa continuarão com o funcionamento suspenso. De acordo com dados da Secretaria estadual de Saúde, São João de Meriti tem 868 casos confirmados de covid-19 e 96 mortes.

Isolamento

No mesmo dia em que as prefeituras anunciaram a flexibilização do isolamento, um estudo do Grupo de trabalho Multidisciplinar da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) recomendou medidas mais duras, como o bloqueio total, chamado de lockdown, em áreas do estado do Rio de Janeiro.

As projeções da Nota Técnica dos pesquisadores afirmaram não haver evidências de diminuição do contágio no estado e que o pico do processo epidêmico pode ocorrer no próximo fim de semana, chegando a 55 mil casos confirmados e 13 mil mortes. Até o último domingo (31), o estado do Rio tinha 5.344 óbitos e mais de 53 mil casos confirmados, além de 1.293 óbitos em investigação.
 

Edição: Eduardo Miranda