Rio de Janeiro

Trégua

Justiça proíbe "caveirões aéreos" de sobrevoarem escolas e creches no RJ

A decisão atende, parcialmente, a pedidos de uma ação civil movida pela Defensoria Pública do estado em fevereiro

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
A juíza também impediu a realização de ações policiais em todo o estado "nos horários de maior fluxo de entrada e saída de pessoas" - AFP

Na última quinta-feira (28), a Justiça do Rio de Janeiro determinou que os "caveirões aéreos" – apelido dado aos helicópteros da polícia – não podem voar sobre escolas e creches. A decisão atende, parcialmente, a pedidos de uma ação civil movida pela Defensoria Pública do estado (DP-RJ), em fevereiro deste ano.

A juíza Claudia Leonor Jourdan, da 1ª Vara da Infância da Juventude e do Idoso, também determinou que seja cumprida uma instrução normativa da extinta Secretaria estadual de Segurança que impede a realização de ações policiais em todo o estado "nos horários de maior fluxo de entrada e saída de pessoas".

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Ainda ficou estabelecido que caso, "por alguma razão excepcionalíssima" e comprovado perigo "iminente e concreto", ocorra operação próximo a unidades de ensino, o executor da operação terá que apresentar à DP-RJ e ao Ministério Público, em até cinco dias, um relatório detalhado o que foi feito. 

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A decisão também estabelece que seja elaborado "protocolo próprio de comunicação" que envolva as polícias, "o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) e os segmentos federal, estadual e municipal das áreas de saúde e de educação". O objetivo é que diretores de unidades de saúde e de ensino, logo após o início das operações policiais, tenham tempo para tomar medidas para preservar a integridade física de estudantes e funcionários.

A juíza deu ordem para que o governador do estado Wilson Witzel (PSC), o prefeito do Rio Marcelo Crivella (Republicanos) e os secretários das polícias Militar e Civil fossem notificados pessoalmente da decisão.

Edição: Mariana Pitasse