Menos de 3 meses

Regina Duarte deixa a chefia da Secretaria de Cultura, anuncia Bolsonaro

A atriz assumirá agora a Cinemateca Brasileira, em São Paulo

Brasil de Fato | Brasília (DF) |

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Regina Duarte não conseguiu angariar apoio da classe artística para o governo - Roberto Castro/Mtur

A atriz Regina Duarte deixará o cargo de secretária especial de Cultura, anunciou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na manhã desta quarta-feira (20). Ela assumirá a Cinemateca Brasileira, em São Paulo, segundo o mandatário. A data para a transição não foi divulgada.

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"Regina Duarte relatou que sente falta de sua família, mas, para que ela possa continuar contribuindo com o Governo e a Cultura Brasileira, assumirá, em alguns dias, a Cinemateca em São Paulo. Nos próximos dias, durante a transição, será mostrado o trabalho já realizado nos últimos 60 dias", escreveu o presidente, no Twitter.

Regina ficou menos de três meses no cargo, com a missão de conquistar apoio da classe artística – para isso, ela precisou encerrar contrato de 50 anos com a Rede Globo. No entanto, a secretária desagradou tanto artistas quanto a "ala ideológica" do governo Bolsonaro.

A atriz disse ser "um presente" o rebaixamento de cargo. "Acabo de ganhar um presente, que é o sonho de qualquer pessoa de comunicação, de audiovisual, de cinema, de teatro. Um convite para fazer Cinemateca, que é um braço da cultura, que funciona lá em São Paulo", declarou, em vídeo ao lado do presidente.

Atuação

No comando da pasta, a ex-global se envolveu mais em polêmicas do que em projetos para a cultura. Na primeira semana de trabalho, por exemplo, o governo passou por cima da decisão de Regina de exonerar o maestro Dante Mantovani como presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte) e o renomeou. Depois, ele foi exonerado novamente.

A atriz também foi bastante criticada por artistas ao não prestar homenagens a grandes nomes da arte brasileira que morreram durante a gestão dela, como o cantor e compositor Moraes Moreira, do escritor Rubem Fonseca, do compositor Aldir Blanc e do ator Flávio Migliaccio.

Em entrevista à TV CNN Brasil, a então secretária especial de Cultura minimizou os casos de tortura ocorridos durante o regime militar brasileiro (1964-1984). À época, ela disse que rumores de demissão eram só "uma narrativa que corre lá fora".

Edição: Camila Maciel