Paraná

EDITORIAL 164

Solidariedade SA versus Solidariedade Popular*

Esse trabalho de casa em casa traduz o objetivo: garantir a vida e a dignidade do trabalhador brasileiro

Londrina (PR) |
Distribuição organizada pelos moradores no bairro Parolin, de Curitiba - Giorgia Prates

O mundo mudou e uma saída tem aparecido em propagandas de TV, que mostram ações de solidariedade protagonizadas por empresas, que buscam lucro. De outro lado, estão as ações dos movimentos populares, que buscam organização e protagonismo. A TV dá mais destaque à chamada “Solidariedade SA”, caso do Itaú Unibanco, que doou R$ 1 bilhão para Fundação Itaú (sendo que o lucro do banco foi de R$ 28,4 bilhões em 2019). Essas grandes empresas fazem marketing em cada ação de solidariedade anunciada, propagandas de esperança que nos convidam a reinventar o futuro com um discurso de empreendedorismo que exalta o trabalho em casa, disponibilizam ainda atendimentos via aplicativos ou Whatsapp e assim vão construindo um horizonte ainda mais desigual e inacessível ao trabalhador.
A solidariedade que não é propagandeada é a solidariedade popular, a que não tem espaço no Jornal Nacional, mas que é feita pelo povo e com o povo, a partir das demandas reais. Toneladas de alimentos foram distribuídas, ações de conscientização para combater a desinformação gerada por fake news; assessorias jurídicas gratuitas com o pedido do auxílio emergencial. Esse trabalho de casa em casa traduz o objetivo: garantir a vida e a dignidade do trabalhador brasileiro. Que o novo mundo seja de solidariedade verdadeira e não uma mera propaganda.

 

*Produção editorial: Fernan Silva 

Edição: Pedro Carrano