Paraná

SEGURANÇA

Servidores denunciam condições precárias em penitenciárias do Paraná

Sindicato da categoria entrou com ação junto ao Ministério Público por direito à prevenção

Curitiba (PR) |
Policiais esperam pelo pior nas penitenciárias - Joka Madruga/SINDARSPEN

Falta de álcool gel, termômetros, movimentação de presos de forma indevida, máscaras de modelos inadequados e inexistência de orientação sobre como se prevenir são algumas das situações vividas por policiais penais (antigos agentes penitenciários) do Paraná na pandemia de coronavírus. As denúncias foram feitas pelo sindicato da categoria, o Sindarspen, que acionou o Ministério Público para assegurar proteção aos mais de 3 mil servidores das penitenciárias no estado.

Os policiais penais fazem parte das atividades consideradas essenciais e não podem parar, mas o medo de contágio é parte de seu dia a dia. “Há falta de álcool gel, tem sabão, mas não papel toalha. Ficamos de mãos molhadas ou secamos na própria roupa”, relata funcionário de penitenciária de Maringá. Ele reconhece a boa intenção na produção de máscaras por presos, porém diz que não são adequadas. “É uma piada. Não protege e não são higienizadas.” Outro policial, de Foz do Iguaçu, diz que não tem sido possível usar as máscaras. “Vieram todas em tamanho pequeno”, afirma.

Apesar de decreto do governo ter suspendido coronavírus. “O nosso maior problema é o recebimento de delegacias, sem qualquer orientação para servidores, sem triagem da enfermagem nem medição de temperatura”, conta policial de Maringá.


Contato com suspeitos da doença

No Hospital Penitenciário, no Complexo Médico Penal (CMP), uma ala foi separada para presos com suspeita de coronavírus, onde cerca de 20 estão isolados. Dois presos foram liberados pela chefia da unidade para cuidar dessa ala. “O que acontece é que este mesmo preso responsável se movimenta entre o hospital e o complexo médico penal, sem nenhum cuidado e podendo contaminar os presos do CMP. Estamos esperando pior”, diz um policial.

*Os servidores entrevistados não quiseram se identificar.

Edição: Gabriel Carriconde