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Com Fiocruz sobrecarregada, sindicato cobra contratação de aprovados em concurso

Pandemia, corte de concursos e aposentadorias sobrecarregam instituição que está focada no combate à covid-19

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Edifício da Fiocruz (RJ)
Convocação de excedente de aprovados no concurso de 2016 tem base legal e apoio da sociedade e de parte do Congresso Nacional - Yasuyoshi Chiba / AFP

Instituição que está à frente das pesquisas sobre possíveis terapias contra a covid-19, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) ficou sobrecarregada nas últimas semanas. O volume de trabalho contrasta com a falta de pessoal, segundo informou ao Brasil de Fato o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc-SN), Paulo Garrido.

“É fato que o atual corpo de servidores da Fundação Oswaldo Cruz, apesar de dar seguidas respostas de excelência ao Estado e à sociedade brasileira, está muito abaixo do número ideal de trabalhadores. Recentemente, junto aos cortes de orçamento para a realização de novos concursos, registramos uma enorme perda de servidores que se aposentaram”, afirma Garrido.

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O último concurso para a Fiocruz foi realizado em 2016, com uma oferta de 119 vagas. Destas, 58 foram para o cargo de pesquisadores e 61 para técnicos. Quatro anos atrás, as oportunidades eram para lotação nos estados do Rio de Janeiro, Ceará, Rondônia, Pernambuco, Paraná, Bahia, Amazonas, Minas Gerais e Piauí, além do Distrito Federal.

A convocação imediata daqueles que foram aprovados em concurso além do número inicial de vagas ofertadas (considerados excedentes) tem amparo legal e apoio de grande parte do Legislativo, conforme expressado em recentes audiências públicas e sessões solenes da Câmara Federal e do Senado. O argumento foi utilizado na carta que a Asfoc-SN enviou à Presidência da República.

“São pessoas avaliadas e com o conhecimento necessário para entrar em campo. Espero que a lição seja aprendida. Precisamos de concurso público. Precisamos abandonar o teto de gastos. Precisamos cuidar e cuidar de quem cuida”, disse Paulo Garrido, acrescentando que “a convocação [de mais trabalhadores] é necessária, pois existe uma crescente demanda e sobrecarga das atividades”.

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Na última terça-feira (7), Dia Mundial da Saúde, a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, enumerou em uma carta pública problemas que os trabalhadores da área enfrentam, como a falta de insumos para testes de diagnósticos e equipamentos de proteção, por exemplo, e reiterou que o os profissionais dos institutos da Fiocruz em todo o Brasil merecer ser valorizados.

“Este Dia Mundial da Saúde será lembrado na Fiocruz como uma data para reafirmar o compromisso firmado há 120 anos: desenvolver ciência em defesa da vida. Ao celebrá-lo em um contexto tão desafiador, é imperativa a valorização dos trabalhadores da instituição e de todos os trabalhadores da saúde”, ressaltou a presidente da Fiocruz.

Edição: Mariana Pitasse