Em ofício distribuído para pró-reitores de pós-graduação de instituições de ensino superior brasileiros na quarta-feira (1º), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) admite que uma falha no sistema de controle da entidade levou à eliminação de 6 mil bolsas em todo o Brasil.
De acordo com o Ofício Circular nº 6/2020, algumas bolsas que, após a conclusão de cursos de mestrado e doutorado pelos estudantes, deveriam retornar para serem distribuídas por programas de pós-graduação a partir de fevereiro 2020 foram equivocadamente transformadas em “cota empréstimo” e, por isso, retiradas dos programas. São designadas bolsas da “cota empréstimo” aquelas que a Capes determina que serão eliminadas dos programas após os atuais beneficiários concluírem suas pesquisas.
No entanto, em função da reorganização das bolsas promovidas pela Portaria 34, do dia 18 de março, a Capes acabou considerando como empréstimo bolsas que pertencem às cotas fixas dos programas e assim as eliminou de forma equivocada. Na prática, isto levou muitos alunos para os quais bolsas já haviam sido prometidas a ficarem sem o auxílio. A entidade informa no ofício que, com a correção do equívoco, 6 mil bolsas poderão voltar a ser distribuídas e que seus beneficiários poderão receber já em abril. Além disso, devem obter o pagamento retroativo ao mês de março.
O corte de bolsas havia acertado em cheio as universidades do Estado. A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) registrou a perda de 250 bolsas em relação a 2019. A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) foi ainda mais afetada, com 262, 19% de redução em relação ao ano anterior.
Em conversa com o Sul21 no final da tarde desta quinta, o Pró-Reitor Adjunto de Pós-Graduação e Pesquisa da UFSM, Thiago Ardenghi, diz que ainda não é possível saber o impacto que a correção da folha terá em cada programa de pós-graduação, pois, como também informa o ofício da Capes, o Sistema de Controle de Bolsas e Auxílios (SCBA) só irá ser reaberto na próxima segunda-feira (6), a partir das 8h — o mesmo vale para as demais instituições de ensino superior. Ainda assim, avalia que a correção do erro terá um impacto positivo para a universidade. “A gente certamente vai ganhar alguma coisa”, diz.
Edição: Sul 21