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CIência

Pesquisadores de Petrópolis (RJ) sequenciam 19 genomas do covid-19

A pesquisa apontou que o coronavírus foi introduzido no Brasil oriundo de diversos países europeus

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Pesquisadores do LNCC responsáveis pelo sequenciamento do genoma do covid-19 - (Foto: LNCC)

Na última quarta-feira (25), o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), localizado em Petrópolis, na região serrana do estado do Rio de Janeiro, divulgou que a equipe de pesquisadores sequenciou, em 48 horas, os primeiros 19 genomas do coronavírus de pacientes dos estados do Rio, Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul e São Paulo.

A nota no site do laboratório afirma que “o sequenciamento dos genomas analisados demonstrou geneticamente que o SARS-CoV-2 foi introduzido no Brasil oriundo de diversos países europeus além de casos importados da China, em menor número”.  De acordo com o LNCC, as análises genéticas confirmaram também a transmissão local do vírus e reforçam a necessidade do isolamento social e testagem como medidas preventivas à pandemia

O próximo passo do trabalho será buscar mutações que possam ser associadas à gravidade e à facilidade de transmissão da doença. Ao jornal O Globo, a coordenadora do Laboratório de Bioinformática do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), Ana Tereza Vasconcelos, informou que “há um ‘cluster’ — um agregado de marcas no genoma que indica que o vírus introduzido sofreu alterações após chegar ao Brasil”. Segundo a  pesquisadora, isso só acontece quando o patógeno está há tempo e em quantidade suficientes para que essas alterações possam ocorrer e ser percebidas.

A iniciativa contou com a parceria de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), da universidade de Oxford na Inglaterra, além de alunos brasileiros de pós-graduação.

As amostras foram coletadas de pacientes atendidos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e laboratórios Hermes Pardini e Símile de Belo Horizonte, em Minas Gerais. O projeto contou com o suporte da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Centro Conjunto Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (CADDE) e Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC).
 

Edição: Vivian Virissimo