Paraná

VIOLÊNCIA

A violência de gênero e os ataques contra as jornalistas

O mais notório caso ocorreu com a jornalista Patrícia Campos Mello

Ponta Grossa (PR) |
A violência enfrentada pelas mulheres jornalistas não dá trégua - Gibran Mendes

O Brasil de 2020 tem sido cruel para quem é mulher e jornalista, pois temos enfrentado ataques sistemáticos, principalmente do mandatário do mais alto cargo político do país, o presidente Jair Bolsonaro (junto de filhos e ministros), com declarações autoritárias à democracia. 

O mais notório caso ocorreu com a jornalista Patrícia Campos Mello, agredida pelo presidente que, valendo-se dos argumentos mais baixos até para um cidadão que não compartilha das mesmas responsabilidades, atacou justamente a dignidade da profissional pela sua condição de mulher. 

Eis o nosso contexto diário. Enquanto cidadãs, tememos por nossas vidas face ao risco de abusos, agressões, estupros e feminicídios. Mas, para as jornalistas, a exposição a riscos inclui ainda o ataque ao exercício das liberdades de expressão e de imprensa e sistemáticas ofensas machistas, sexistas e misóginas durante nossas jornadas de trabalho. 

Essa condição motivou a Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) a promover a campanha ‘Lute como uma jornalista’, com a integração da Comissão Nacional de Mulheres, formada por 21 jornalistas de 19 sindicatos profissionais do país. O desafio é buscar ações para fazer frente aos obstáculos estruturais e discriminatórios que ainda não conferem à mulher o protagonismo devido no jornalismo e em sociedade. 

A violência enfrentada pelas mulheres jornalistas não dá trégua. Assédio moral, sexual. Mulheres que não conseguem sequer concluir uma entrevista sem sofrer ataques on e offline, que se estendem também após a veiculação de seus trabalhos. 

É por isso que ao vestir lilás em alusão ao Dia Internacional da Mulher, as jornalistas escancaram essa luta, mas não basta. Bradar por respeito nas redes sociais não basta. Falar sobre o assunto não basta. Precisamos nos unir e gritar forte e tão alto até o dia em que não possamos mais ser ignoradas. 

Edição: Pedro Carrano