Paraná

Carnaval

Não tem futuro sem partilha, nem messias de arma na mão

Cristo negro, homenagem a Paulo Freire e MST no samba.

Paraná |
Protesto no carnaval de 2020 - Ronaldo Nina

O palhaço Bozo com a faixa presidencial fazendo “arminha” e batendo continência na escola Vigário Geral. O humorista Marcelo Adnet com peruca à la Bolsonaro e fazendo flexões na Sapucaí, no Rio, no enredo “O Conto do Vigário”, da São Clemente. A Mangueira marcando posição com um Cristo negro e com versos inspirados: “Eu sou da Estação Primeira de Nazaré/ Rosto negro, sangue índio, corpo de mulher/ moleque pelintra no buraco quente/Meu nome é Jesus da Gente.” E concluindo, “Não tem futuro sem partilha/ Nem messias de arma na mão.” 

São Paulo não ficou atrás. A escola campeã, Águia de Ouro, homenageou o educador Paulo Freire e os professores, tão atacados neste tempos, com o samba “O Poder do Saber”, em que diz: Em cada traço que rabisco no papel/ Vou desenhando o meu destino/ No horizonte vejo um novo alvorecer/ Ao mestre meu respeito e carinho.” 

 

Luta no Carnaval 

No domingo, a Marechal Deodoro, em Curitiba, se transformou em “avenida” no Carnaval. A festa contou com cerca de 30 integrantes do MST de todas as regiões do estado, desfilando com 430 componentes da Escola de Samba Leões da Mocidade. “Para nós, essa relação do MST com as escolas de samba é uma troca legítima e necessária, de nos ensinar esse legado de conhecimento acumulado. É também o momento em que o MST, nós, Sem Terra, levamos a nossa voz, nossas demandas, as nossas caras, as nossas mãos, inclusive o barro que a gente carrega na sola do pé pra avenida e pras Escolas de Samba”, diz Igor de Nadai, educador e músico do MST. 

Edição: Ana Carolina Caldas