Rio de Janeiro

ESTADO DE GREVE

Com cortes de até R$ 2 mil no sálario, trabalhadores da Casa da Moeda se mobilizam

Após mudanças em cláusulas do acordo coletivo, parte dos trabalhadores recebeu contracheques com salários quase zerados

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Trabalhadora da Casa da Moeda
Fundada em 1694, a Casa da Moeda pode produzir até 2,6 bilhões de cédulas e 4 bilhões de moedas por ano - Agência Brasil

Em estado de greve, os trabalhadores da Casa da Moeda paralisaram a produção de selos, passaportes, moedas e cédulas durante 24 horas na última segunda-feira (3). A mobilização aconteceu após a direção da Casa da Moeda comunicar as modificações feitas nas cláusulas do acordo coletivo, que fez com que parte dos trabalhadores tenham recebido contracheques com salários quase zerados nesta quarta-feira (5), segundo informações do Sindicato Nacional dos Moedeiros.

A mudança anunciada pela direção da estatal faz com que os trabalhadores tenham um aumento do percentual descontado do salário pelo plano de saúde e do auxílio-transporte, além do fim do seguro de vida, como reportou o Brasil de Fato. A estimativa do sindicato é que os cortes representem perda salarial média de R$ 1 mil a R$ 2 mil, isso significa a quase totalidade dos salários de parte dos funcionários da Casa da Moeda.

“A atual diretoria quer destruir a Casa da Moeda e tudo o que ela representa. A maioria são diretores que vêm do Instituto Millenium ligados ao Paulo Guedes [ministro da Economia] e ao liberalismo. São pessoas que não tem qualquer compromisso com o país e os trabalhadores”, afirma o diretor de comunicação do Sindicato Nacional dos Moedeiros, Edson Francisco da Silva, lembrando que a mobilização também é contra a privatização da Casa da Moeda, anunciada por Jair Bolsonaro. 

Após a paralisação das atividades, uma comissão de trabalhadores foi recebida pelos diretores da empresa, mas a negociação não teve avanços. 

Edição: Vivian Virissimo