Paraná

Brasil à venda

Greve dos petroleiros é marcada por atos contra demissões na Petrobras

O movimento exige a suspensão das mil demissões na Fábrica de Fertilizantes no Paraná

Paraná |
Movimento avançou para 20 bases operacionais da estatal em 11 estados - Gibran Mendes

A greve nacional dos petroleiros entra no seu terceiro dia com aumento da adesão da categoria – unidades de 11 estados e 20 bases operacionais estão paralisadas – e manifestações em frente aos parques industriais, inclusive com a participação das famílias dos trabalhadores, representantes de outras categorias e lideranças de movimentos sociais.  O movimento exige a suspensão das mil demissões na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná/Araucária Nitrogenados (Fafen/Ansa), cujo fechamento foi anunciado pela direção da Petrobrás no dia 14/1, e pelo respeito ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), além da retomada das negociações com os sindicatos e fim da implantação de medidas unilaterais e prejudiciais aos trabalhadores.

Para pressionar a gestão da empresa, a Comissão de Negociação Permanente da Federação Única dos Petroleiros (FUP) ocupa há três dias a sala de reuniões da sede administrativa da Petrobras, no Rio de Janeiro. Nas bases do Paraná e Santa Catarina, a paralisação é intensa. Atos foram registrados na manhã desta segunda-feira (3) na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar, em Araucária), na Usina do Xisto (SIX, em São Mateus do Sul), nos Terminai Transpetro de Paranaguá (Tepar), São Francisco do Sul (Tefran) e Guaramirim (Temirim). Em outras unidades de Santa Catarina, como no Edifício Administrativo de Joinville (Ediville) e Terminal de Biguaçu (Teguaçu), os petroleiros também estão em greve.

Para o presidente do Sindicato dos Petroleiros do PR e SC, Mário Dal Zot, a alta direção da Petrobras trata os trabalhadores de forma inconsequente e irresponsável. “As demissões em massa na Fafen Paraná são um total desrespeito ao nosso acordo coletivo. É um verdadeiro absurdo fechar uma fábrica tão importante. São nossos irmãos, que estão aqui do lado da Repar, e isso nos sensibiliza muito. Estamos empenhados na luta contra o fechamento e as consequentes demissões, inclusive com apoio da prefeitura de Araucária e do governo do estado. O Brasil, o Paraná e Araucária precisam de emprego, mas não é isso que nós estamos vendo enquanto políticas públicas no nosso país”, afirmou.

Já o secretário nacional de comunicação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Roni Barbosa, que também é trabalhador da Repar, esclarece que as dispensas na Fafen são ilegais. “O nosso ACT prevê que haja negociação em caso de demissões em massa. Isso não está ocorrendo, e por isso estamos em greve no Brasil todo. O movimento está crescendo no Brasil inteiro porque esse expediente de demissão em massa provavelmente vai ser utilizado em outras refinarias, em outras unidades da empresa que estão sendo vendidas ou desmobilizadas. O que está acontecendo é um grande desmonte da Petrobras, que está optando em ficar apenas com a exploração de petróleo e vai abandonando todas as outras áreas, como a refinação e os fertilizantes, deixando o Brasil à mercê das grandes multinacionais. Estamos lutando contra todo esse desmonte e na defesa de todos os empregos, próprios e terceiros, na Petrobras”.

Edição: Frédi Vasconcelos