Rio de Janeiro

ALIMENTAÇÃO

Projeto abastece restaurantes com produção da agricultura familiar no Rio de Janeiro

Iniciativa do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) fortalece relação entre campo e a cidade

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Através da alimentação saudável, espaço Raízes do Brasil, organizado pelo MPA, integra agroecologia e alimentação saudável
Através da alimentação saudável, espaço Raízes do Brasil, organizado pelo MPA, integra agroecologia e alimentação saudável - Cacia Cortez

A busca por uma alimentação saudável também vale na hora de comer fora de casa. Pensando nisso e em parceria com restaurantes do Rio de Janeiro, o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) tem promovido o encontro entre a produção agroecológica do estado e o prato do consumidor. Há quatro meses, o projeto "sistema popular de abastecimento" fornece alimentos sem veneno para cinco estabelecimentos nos bairros de Laranjeiras e Santa Teresa, zona sul e centro da cidade. 

O projeto atende uma demanda do comércio por ingredientes de qualidade e, por outro lado, incentiva a agricultura familiar a partir do consumo consciente. “Nossa avaliação é muito positiva, apesar de ainda serem poucos restaurantes, não deixa de ser uma forma do MPA estar presente na sociedade e também do consumidor saber a origem do seu alimento, de onde veio, quem plantou”, explica Débora de Oliveira, da coordenação estadual do MPA.

O movimento planeja ampliar a logística de abastecimento para os arredores do bairro carioca de Santa Teresa, Botafogo e também no centro do Rio. Os restaurantes parceiros fazem encomendas com base em uma lista de produtos a preço de atacado e recebem as compras até duas vezes por semana. O MPA pretende criar até fevereiro um selo para os restaurantes parceiros que certifique a procedência dos produtos da agricultura familiar.

As hortaliças são trazidas de Teresópolis, na região serrana do estado, batata, aipim, jiló, maracujá e quiabo, por exemplo, são de agricultores de Duque de Caxias, Queimados, Magé, Nova Iguaçu e Mesquita, na Baixada Fluminense. Para Débora, outra vantagem da relação direta com o comércio é a melhor organização da produção no campo. “O agricultor pode se orientar melhor tendo uma média de consumo”, ressalta. 

Sócio do restaurante nordestino Café do Alto, localizado no Largo do Guimarães, em Santa Teresa, Kiko Dantes avalia que os comerciantes da região se importam em oferecer ingredientes melhores ao consumidor. Ele já frequentava o espaço Raízes do Brasil, no mesmo bairro, onde é possível comprar produtos agroecológicos e desde setembro integra a rede de abastecimento.

“É muito importante que o consumidor também entenda a preocupação com o produto orgânico, de fortalecer a produção familiar e a economia solidária, afinal, são agricultores ali da serra ou da Baixada Fluminense. Principalmente na atual conjuntura com a liberação de tantos agrotóxicos”, pontua Dantes que já visitou alguns pequenos agricultores.

Através do espaço Raízes do Brasil, o MPA também organiza a Cesta Camponesa - ferramenta de compras online -, abriga atividades culturais e seminários que tem como objetivo integrar campo e a cidade.

Edição: Mariana Pitasse