Rio de Janeiro

CARNAVAL

“A Moça Prosa da Avenida”: livro narra trajetória da carnavalesca Rosa Magalhães

Em 2020, artista vai completar 50 anos de atividades em barracões de escola de samba

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Carnavalesca Rosa Magalhães também teve destacada atuação como cenógrafa, figurinista, pintora e professora
Carnavalesca Rosa Magalhães também teve destacada atuação como cenógrafa, figurinista, pintora e professora - Divulgação

Sete vezes campeã dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro, a carnavalesca Rosa Magalhães acaba de ter sua trajetória contada em livro/dvd. “A Moça Prosa da Avenida”, de autoria de Luiz Ricardo Leitão, foi lançado nesta semana na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). A obra apresenta ao público as diversas faces de Rosa, que também teve destacada atuação como cenógrafa, figurinista, pintora e professora. Em entrevista ao Programa Brasil de Fato RJ, Leitão deu detalhes sobre a pesquisa que durou quatro anos e meio.

“Carnaval depende do ritmo, da dança, do samba, mas também se transformou num espetáculo visual de grande efeito. A Avenida se transforma em uma aula de história, num debate e até em um divã. Os carnavalescos tem um peso nessa história e nós julgamos que era o momento de homenagear a maior de todas, Rosa Magalhães. Indubitavelmente a grande campeã da Marquês de Sapucaí com sete títulos, o que não é para qualquer um”, conta Luiz Ricardo Leitão, que é professor associado da UERJ e coordenador do Acervo Universitário do Samba.

Em 2020, Rosa Magalhães vai completar 50 anos de atividades em barracões de escola de samba. Ela inicia suas atividades em 1970, na Salgueiro, ao lado de figuras como Fernando Pamplona, Arlindo Rodrigues, Joãosinho Trinta, Maria Augusta e Lícia Lacerda. Como figurinista e cenógrafa, Rosa Magalhães atuou na peça “Calabar – elogio da traição”, de Ruy Guerra e Chico Buarque, que foi censurada pela ditadura militar, em 1973 e também participou da criação do cenário do ballet do “Grande Circo Místico”, de Edu Lobo e Chico Buarque. Ela elaborou também o figurino da ópera Ça Ira do Roger Waters, ex Pink Floid. Em megaeventos, foi responsável pela direção artística da abertura do Pan-Americano de 2017 e do encerramento da Olimpíada, em 2016. Além disso, também trabalhou como professora da Escola de Belas Artes (Eba) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e na Escola de Artes Visuais do Parque Lage.

Sobre o Acervo Universitário do Samba

O Acervo Universitário do Samba é uma iniciativa acadêmica em defesa da cultura popular e do samba carioca. O livro sobre Rosa Magalhães é o quarto volume da série produzida pelo projeto que se dedica a registrar história de figuras vivas, que nem sempre obtém o devido reconhecimento. Surgido em 2015, o projeto já publicou livro sobre o cantor e compositor Aluísio Machado da Império Serrano, o compositor Zé Catimba da Imperatriz Leopoldinense e de Noca da Portela. O documentário, de 36 minutos, é uma co-produção do Acervo do Samba, do Centro de Tecnologia Educacional (CTE) e da Televisão Uerj e o livro foi editado pelo Departamento Cultural (DECULT-UERJ) e pelo selo Outras Expressões.

*Entrevista: Denise Viola

Edição: Vivian Virissimo