Numa sala da Universidade Federal do Paraná (UFPR) acaba de ser lançado na noite de hoje (13) o Fórum de Defesa da Petrobras – Paraná – impulsionado pelos sindicatos de petroleiros (Sindipetro) e petroquímicos (Sindiquímica).
Logo o evento ganhou a adesão de integrantes da Frente Parlamentar Mista em defesa da Petrobrás, caso do deputado federal Zeca Dirceu (PT). Participam também parlamentares, lideranças partidárias, as centrais CUT e Força Sindical, estudantes e outras entidades da sociedade civil.
“A importância da Petrobras é maior que as notícias de corrupção. Temos que ter o mesmo espírito de defesa nacional e defesa de soberania dos nossos avós. O espírito deste fórum é esse”, explica Mário Dal Zot, presidente do Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro).
As organizações criticam fortemente as tentativas de vendas, privatização e fatiamento de setores e unidades da Petrobraás, bem como a perda de exclusividade da empresa pública na exploração do pré-sal, aprovada no ano de 2016. Essa estratégia de fatiamento é analisada pelas entidades como responsável pela privatização de outros ramos da economia, caso do elétrico.
Para se ter uma ideia da velocidade do desmonte, notícia de hoje mesmo aponta que 90% das ações da Transportadora Associada de Gás SA foram vendidas para o consórcio formado pela franco belga Engie. As entidades do Fórum denunciaram também a tentativa de fechamento das unidades da refinaria de combustível, Repar, e a indústria de industrialização do Xisto em São Mateus do Sul, as duas localizadas no Paraná.
“Estão querendo acabar com a usina do Xisto. É importante que se diga que não é o gás. É outra técnica e a única usina que produz com tecnologia própria, da Petrobrás”, afirma Mário Dal Zot, presidente do Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina.
Dados para um país: “804 serviços no mundo foram novamente estatizados”
“Não estão deixando o Brasil ser grande”, afirma o deputado Zeca Dirceu. Há movimentos no mundo que vão na contramão da venda do país promovida por Paulo Guedes, avalia o deputado federal. “804 serviços no mundo foram novamente estatizados. Estamos indo na contramão até mesmo do mundo liberal”, lamenta.
“Hoje gastamos R$ 200 bilhões em educação no país inteiro. Apenas com o pré-sal chegaríamos a mais R$ 200 bilhões em 15 anos. Dobraríamos o salário dos professores, não é pouca coisa para um país que pensa o futuro”, afirma o ex-deputado federal, Ângelo Vanhoni.
Por sua vez, Julio Cesar Pires, pela Associação em Defesa das Estatais Paranaenses, mostra que a Copel é hoje um exemplo de empresa fragmentada em várias subsidiárias. “O lucro de um ano da Copel, contando com todas as subsidiárias, é igual ao lucro da Petrobras em 15 dias, então a importância de defendermos as estatais, e também no Paraná”, afirma.
Edição: Redação PR