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Bolsonaro nomeia amigo rejeitado na Petrobras, agora com salário de R$ 55 mil

Carlos Victor Guerra Nagem, reprovado em fevereiro na avaliação para assumir uma gerência executiva, ganha cargo de luxo

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Bolsonaro e seu amigo, que já tentou indicar para alto cargo na estatal, em momento de descontração
Bolsonaro e seu amigo, que já tentou indicar para alto cargo na estatal, em momento de descontração - Reprodução

Após ser reprovado para assumir a gerência executiva da Petrobras, Carlos Victor Guerra Nagem foi nomeado assessor da presidência da estatal, no início deste mês. Nagem é amigo pessoal do presidente Jair Bolsonaro – por quem foi chamado de “grande amigo” –, e trabalhava na área de segurança da empresa, em Curitiba.

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Em janeiro, o amigo pessoal do presidente foi indicado para a gerência e defendido publicamente por Bolsonaro, mas foi barrado pelo comitê interno, por não cumprir os pré-requisitos mínimos para a função. O novo cargo de assessor tem salário em torno de R$ 55.000 e, ao contrário da gerência executiva, não tem como pré-requisito a experiência em cargos de chefia.

Nagem já se candidatou a cargos públicos pelo PSC duas vezes sob a alcunha de Capitão Victor, em referência a sua passagem pela Escola Naval. Não teve votos suficientes em nenhuma das eleições de que participou.

Em 2002, disputou vaga de deputado federal pelo Paraná e em 2016, a vereador da capital paranaense. Nessa campanha, contou com o apoio do atual presidente da República, que apareceu em vídeo pedindo votos para o “amigo particular”. “É um homem, um cidadão que conheço há quase 30 anos. Um homem de respeito, que vai estar à disposição de vocês na Câmara lutando pelos valores familiares. E quem sabe, no futuro, sendo mais uma opção para nos acompanhar até Brasília”, disse Bolsonaro no vídeo.

Em janeiro, quando tentou nomear o amigo ao cargo da estatal, justificou o caso pelo “brilhante currículo” de Carlos Victor. No entanto, títulos acadêmicos não justificam aceleração na carreira nem mesmo aumento da remuneração, segundo explicou à época a própria Petrobras. Profissional de nível Pleno, Carlos Victor, segundo as atribuições de carreira do PCR, teria grandes dificuldades para ocupar uma Gerência Executiva, cujas funções estão diretamente relacionadas às atribuições dos profissionais de nível Sênior.

Edição: Rede Brasil Atual