Paraná

Solidariedade

Ocupação urbana em Londrina recebe 1,4 tonelada de alimentos do MST

Ação neste domingo (14) contou com almoço coletivo, música ao vivo e atividades recreativas com as crianças da comunidad

Porém.net | Curitiba (PR) |
A ocupação Flores de Campo foi criada em outubro de 2016.
A ocupação Flores de Campo foi criada em outubro de 2016. - Tati Linhares

Em continuidade a Jornada de Lutas de Abril, iniciada no dia 7, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizaram neste domingo (14) um mutirão de solidariedade na ocupação urbana Flores do Campo, na cidade de Londrina, no norte do Paraná. Na oportunidade foi entregue 1,4 tonelada de alimentos e 300 litros de iogurte para comunidade que reúne aproximadamente 150 famílias sem-teto.

O mutirão na ocupação – que fica à 10 quilômetros do centro de Londrina – foi organizado por integrantes da Brigada Dorcelina Folador. Além da doação dos alimentos, a ação teve um almoço coletivo feito por assentados e com carne de porco, salada e mandioca no cardápio; música ao vivo e atividades recreativas para as crianças. “Foi mais uma atividade da nossa jornada iniciada no início deste mês e que além de denunciar os crimes do latifúndio e lutar pela reforma agrária, também está promovendo ações de solidariedade neste momento difícil que passa nosso país”, explica Ceres Hadich, da direção do MST no Paraná.

A ocupação Flores de Campo foi criada em outubro de 2016 em um local onde estava previsto um empreendimento de 1,3 mil residências do Minha Casa Minha Vida, que deveria ser entregue em 2015. Porém repentinamente a Construtora Fórmula Empreendimentos Imobiliários abandonou a obra após executar 48% do empreendimento e já tendo recebido 70% do valor da construção. Diante do abandono das obras, centenas de famílias em busca de moradia ocuparam o local em 1º de outubro de 2016 e desde então lutam pela regularização da área.

Doação de sangue

Na próxima quarta-feira, 17 de abril, quando será lembrado o “Dia Internacional da Luta Camponesa” em memória às vítimas do Massacre de Eldorado dos Carajás (PA), o MST realizará um mutirão de doação de sangue ao Hemocentro do Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Será a terceira doação de sangue do MST em Londrina nos últimos 30 dias. “Nossa resposta ao atual momento é mostrar que o brasileiro tem essa capacidade de ser solidário. Queremos combater esse momento de desesperança promovendo a vida”, comenta Ceres Hadich.

Doações de sangue também foram realizadas por integrantes do movimento no dia 9 de abril em Curitiba. Na oportunidade de 60 militantes do movimento realizaram doações no Hospital Santa Casa e no Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar), ambos na capital paranaense.

Sobre a Jornada

Várias ações de solidariedade estão sendo realizadas desde o início do mês pelo MST e pelo Congresso do Povo da Frente Brasil Popular. Toneladas de alimentos já foram entregues em ocupações urbanas e bairros periféricos de cidades paranaenses.

No dia 8 de abril, 1 tonelada de alimentos orgânicos foram distribuídos na ocupação Tiradentes, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). A Tiradentes faz parte de um conjunto de quatro ocupações, junto com a Nova Primavera, a Dona Cida e a 29 de Março – essa última que foi vítima de um incêndio criminoso no fim do ano passado.

No dia seguinte, 9 de abril, militantes fizeram um mutirão de solidariedade no Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Maria Cazetta, no bairro Uberaba, em Curitiba. Por lá foi feita uma limpeza do espaço e a entrega de 300 litros de iogurte e 100 peças de queijo à comunidade escolar.

Em 30 de março, o MST junto com o Congresso do Povo já havia doado 4 toneladas de alimentos para a população da periferia de Sarandi, no noroeste do Paraná. A ação foi batizada “Jornada Solidária da Reforma Agrária” e envolveu 40 assentamentos de 15 municípios.

 

Edição: Laís Melo