Rio de Janeiro

MOBILIZAÇÃO

"Caminhada da Virada" pede por democracia e eleição de Haddad, no Rio de Janeiro

Mobilização se somou ao protesto contra a censura e as ações arbitrárias em frente ao prédio do TRE-RJ

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Durante o ato, manifestantes entoaram palavras de ordem como: "Ditadura nunca mais!" e "Ele não, Haddad sim!"
Durante o ato, manifestantes entoaram palavras de ordem como: "Ditadura nunca mais!" e "Ele não, Haddad sim!" - Clívia Mesquita

Nas vésperas do país eleger nas urnas o próximo presidente da República, centenas de pessoas se reuniram para a "Caminhada da Virada" na Candelária, no centro do Rio de Janeiro, na tarde desta sexta-feira (26). Na concentração, os participantes entoaram palavras de ordem como: "Ditadura nunca mais!" e "Ele não, Haddad sim!". Na linha de frente do ato, uma grande faixa com um livro e uma carteira de trabalho fizeram alusão às propostas do candidato Fernando Haddad (PT).

As mulheres do movimento "Mulheres Contra Bolsonaro" se somaram à caminhada após uma concentração prévia no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB). O grupo chegou cantando: "Nem fraquejada e nem do lar, a mulherada tá na rua pra lutar!", em oposição a declaração de candidato Jair Bolsonaro (PSL) sobre ter uma filha mulher ser sinal de uma "fraquejada".

A caminhada foi organizada pela Frente Brasil Popular e teve presença de militantes do Levante Popular da Juventude e do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), além de representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da União Nacional dos Estudantes (UNE) e outras diversas organizações e movimentos sociais. 

Democracia

Ariadne Coelho estava presente no ato. Ela conta que ficou afastada dos movimentos sociais por mais de 15 anos. Mas devido a conjuntura desse momento histórico retornou à militância. "É uma luta contra uma onda de violência que vai prejudicar todos nós independente do que você é. Temos que conversar com todo mundo, explicar isso para as pessoas", comentou.

Artistas exibiram faixas pedindo pela democracia e se manifestando de forma contrária ao retorno da ditadura

Já Vânia Lindoso, servidora aposentada da Advocacia Geral da União (AGU), explica que o principal motivo pelo qual se juntou à caminhada é a defesa da democracia. "Eu acho que a gente não pode abrir mão das conquistas obtidas, e tem que vir pra rua brigar contra a ideia de um governo autoritário e fascista", afirmou. 

A Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito também mandou um recado no final da tarde. Sandra Regis, representante do movimento, destacou que o ódio e a violência não são valores evangélicos, e acrescentou: "O estado é laico e tem que continuar laico respeitando todas as religiões e também quem escolheu não ter nenhuma. Nós somos contra ditadura e estamos com Haddad e Manu", enfatizou. 

Representando a Frente Internacionalista dos Sem Teto (FIST), Andreia Ferreira, ressaltou a importância das organizações se posicionarem pela manutenção da democracia. "Do segundo turno para cá a gente tá na rua, fazendo campanha nas nossas mídias e conversando nas ocupações que dessa vez não é um voto, é impedir que um cara que se diz brasileiro venha e destrua os poucos direitos que a gente tem", explicou. 

Por volta das 18h, a caminhada seguiu em marcha juntamente com os estudantes das universidades públicas do Rio que faziam um ato contra a censura e as ações arbitrárias do TRE. Representantes de diretórios acadêmicos de diversas universidades estavam presentes. Os parlamentares Taliria Petrone (Psol) Marcelo Freixo (Psol) e Jandira Feghalli (PCdoB) caminharam junto com os manifestantes. 

Nas redes sociais, a hashtag #BrasilViraHaddad ficou em primeiro lugar no país dos assuntos mais comentados no Twitter. Milhares de pessoas foram às ruas nesta última semana que antecede o segundo turno no domingo (28). A última pesquisa Ibope de intenção de voto apontou um aumento na rejeição do candidato Jair Bolsonaro (PSL). 

Edição: Mariana Pitasse