CASO MARIELLE

Testemunha acusa vereador e ex-PM no assassinato de Marielle, diz jornal

A testemunha teria trabalhado para a milícia, mas decidiu revelar o que sabia à polícia em troca de proteção

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Segundo o delator, Marielle estava contrariando interesses políticos de Siciliano com ações comunitárias na favela Cidade de Deus
Segundo o delator, Marielle estava contrariando interesses políticos de Siciliano com ações comunitárias na favela Cidade de Deus - Foto: divulgação página Marielle Franco

Na noite da última terça-feira (8), uma testemunha revelou detalhes sobre o planejamento do crime que matou a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes. De acordo com reportagem do jornal O Globo, o delator procurou a Polícia Federal (PF) para falar sobre o caso em troca de proteção.

A testemunha contou que o vereador Marcelo Siciliano (PHS) e um miliciano conhecido como Orlando de Curicica, que atualmente está preso em Bangu, teriam planejado o assassinato da vereadora. Segundo o delator, Marielle estava contrariando interesses políticos de Siciliano com ações comunitárias na favela Cidade de Deus, na Zona Oeste da cidade.

A testemunha teria trabalhado para a milícia, mas decidiu revelar o que sabia à polícia em troca de proteção. Um dos colaboradores de Siciliano, Carlos Alexandre Pereira, foi executado na noite de 8 de abril, na Taquara, Zona Oeste, dois dias depois do vereador prestar depoimento à Delegacia de Homicídios. Segundo a reportagem, o caso foi tratado pelo delator como "queima de arquivo".

Na manhã desta quarta-feira (9), Marcelo Siciliano concedeu uma coletiva de imprensa para falar sobre as denúncias que envolvem o seu nome. O vereador disse que as "acusações são mentirosas" e que sua "relação com Marielle era muito boa". Siciliano disse ainda que não acredita que a morte de Pereira foi "queima de arquivo".

Ontem a Comissão Externa da Câmara dos Deputados criada para acompanhar as investigações se reuniu mais uma vez com a chefia da Polícia Civil. O deputado Jean Willys (Psol) que preside a Comissão, afirmou, após a reunião, que o cerco está se fechando e que a polícia deu informações importantes comprovando que a investigação pode estar próxima de um desfecho.

Edição: Jaqueline Deister