Rio de Janeiro

Saúde

Temer quer tirar a saúde pública do povo

Meirelles defende corte nos gastos sociais, mas se isso acontecer vai ser um desastre

Rio de Janeiro |
Pessoas podem morrer se governo Temer fizer cortes na saúde
Pessoas podem morrer se governo Temer fizer cortes na saúde - Divulgação

Nos últimos anos o Brasil melhorou em muitas coisas. No caso da saúde, o sistema público, mesmo com todos os problemas, nos levou a melhorar indicadores importantes. 

Os avanços mais significativos do Sistema Único de Saúde (SUS) resultaram na redução das taxas de mortalidade infantil, no índice de desnutrição de crianças e na diminuição de doenças infectocontagiosas e parasitárias, além do aumento da expectativa de vida de pessoas idosas e diminuição da taxa de natalidade. 

Tudo isso é resultado de diferentes serviços de saúde, fruto de uma sociedade que vive mais e com melhores condições de vida se comparada à das gerações anteriores. 

O Brasil também melhorou com a diminuição das desigualdades. Nosso país deixou de estar no mapa mundial da fome. Embora a pobreza ainda seja grande, diminuiu a quantidade de pessoas que viviam na miséria. 

Entretanto, todos esses direitos sociais estão ameaçados. O ministro da Fazenda do governo interino, Henrique Meirelles, defende corte nos gastos sociais como solução para sair da crise, mas se isso acontecer vai ser um desastre para esses indicadores que levamos anos para melhorar no país.

Estudos científicos que mostram que o corte de recursos da saúde em momento de crise econômica resulta em mais mortes, aumenta os surtos de infecções por tuberculose, por HIV e aumenta as doenças infecto contagiosas em geral. 

Foi isso que aconteceu na Grécia, em 2009. A mortalidade infantil subiu 40%, o país se tornou o epicentro de disseminação do vírus HIV, tamanho foi o aumento das infecções, e os casos de suicídios cresceram 60%.

Cortes na saúde também contribuem para o retorno de doenças que já estavam erradicadas, aumenta o alcoolismo e o suicídio, assim como os problemas mentais. Isso significará uma tragédia para uma população sofrida do país. 

É nas épocas de crise que a população mais precisa de saúde e o Estado deve garantir esse direito. O SUS deve ser do tamanho do povo brasileiro.

Isabela Soares Santos é pesquisadora da Fiocruz e diretora executiva do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes)

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